Ouça "A Semana na História" toda segunda-feira, com o professor e historiador Reginaldo Dias, às 11h50, com reprises às 14h50
				A semana na História
A Proclamação da República foi um fato razoavelmente pacífico, consumado sem resistência do Imperador D. Pedro II e familiares. As forças políticas monarquistas se resignaram e logo estabeleceram um modus vivendi com o novo regime.
Os anos iniciais da República brasileira, no entanto, foram turbulentos. No início, houve relativa tranquilidade para a elaboração da primeira Constituição republicana, promulgada em fevereiro de 1891. Os constituintes elegeram, ainda, o primeiro presidente, o Marechal Deodoro da Fonseca, e o seu vice, o Marechal Floriano Peixoto.
O Marechal Deodoro da Fonseca, inábil politicamente e acostumado com a disciplina militar, desentendeu-se com o parlamento e ensaiou um golpe de Estado. No auge da crise, renunciou. Seu sucessor, Marechal Floriano Peixoto, enfrentou revoltas de forças políticas regionais, no movimento conhecido como revolução federalista. No curso desse conflito, ainda se somou a revolta da Marinha. O governo balançou, mas não caiu.
Mesmo em situação de guerra civil, houve a primeira eleição direta para presidente da República em 1894. O eleito foi o paulista Prudente de Morais, experiente líder político que havia presidido a Constituinte. Passado o primeiro mandato, conduzido por chefes militares, a República assumia sua feição civil.
Com habilidade, Prudente de Moraes conduziu uma política de pacificação para encerrar a guerra civil. A ala radical do movimento republicano, no entanto, protestou. Na escola militar da Praia Vermelha, oficiais inconformados chegaram a propor a deposição do presidente e o retorno de Floriano Peixoto.
O Partido Republicano Federal, ao qual Prudente de Moraes era ligado, era a agremiação política que comandava o governo e o Congresso Nacional. Aparentemente, isso garantiria governabilidade ao presidente, mas a legenda estava cindida em duas grandes alas, gerando instabilidade política tanto nos debates da arena pública quanto na relação entre o governo e o parlamento.
Em novembro de 1896, a tensão aumentou quando o presidente Prudente de Moraes licenciou-se para ser submetido a uma cirurgia. O vice-presidente Manuel Vitorino, com intenção de permanecer no cargo, desenvolveu uma política própria, que fragilizou ainda mais a precária unidade do Partido Republicano Federal. O presidente reassumiu o cargo em março de 1897.
Em 5 de novembro de 1897, quando presidia uma cerimônia de recepção das forças militares que retornavam da assim chamada Guerra de Canudos, Prudente de Moraes sofreu um atentado contra a sua vida. O protagonista foi um praça do Batalhão de Artilharia, que irrompeu na cena com uma arma de fogo na mão. Não chegou a disparar. Houve tempo para que o Ministro da Guerra e o Chefe da Casa Militar interviessem pessoalmente em defesa da vida do presidente. O praça, porém, sacou uma faca e golpeou o Chefe da Casa Militar e provocou ferimentos fatais no Ministro da Guerra, o Marechal Carlos Machado Bittencourt.
Abriu-se um inquérito para apurar responsabilidades. O vice-presidente foi indiciado, acusado de envolvimento. Lançou um manifesto público, alegando inocência. Não foi incluído no despacho final do inquérito, mas a sua carreira política ficou arruinada.
Sobrevivendo ao atentado e às sucessivas crises políticas, Prudente de Moraes concluiu seu mandato e avalizou a eleição do seu sucessor, o também paulista Campos Sales, ao qual transmitiu o cargo em 1898.
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