A estudante Janaína de Souza faz estágio no Centro de Ciências da Saúde, na Universidade Estadual de Maringá. Por dia de trabalho, ela recebe R$ 16. Mas, devido a um atraso do repasse de dinheiro por parte do Governo do Paraná, a estagiária está sem salário no mês. Aí, os boletos atrasam, conta.
Na UEM, Janaína não é a única. Dados da instituição indicam que 683 estudantes fazem estágio na universidade. São para todos os tipos de serviço, e a função é essencial para o funcionamento da UEM. O valor a ser repassado ao todo para os estagiários é R$ 307 mil.
Costumeiramente, e desde gestões anteriores, atrasos nos pagamento das bolsas é algo normal, mas a situação tem se agravado. Por conta disso, há serviços que tiveram de mudar a forma de atuação. É o caso do Numape, o Núcleo Maria da Penha, um projeto que atende mulheres em situação de violência, de forma gratuita.
O local fechou o atendimento externo e agora está fazendo trabalho interno. O Numape conta com estagiárias, e como não há pagamentos, tem quem não tem dinheiro para custear a passagem de ônibus.
A coordenadora do Núcleo, Crishna Correa, explica que o que eles gostariam de ter é uma data definida de pagamento, evitando imprevistos e problemas.
A CBN entrou em contato com a Seti, Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, responsável no Governo do Paraná pelo assunto. Por meio de nota, a Seti informou que liberou os recursos para as universidades estaduais fazerem o empenho na sexta-feira (07), e que o pagamento dos estagiários deve ocorrer o mais breve possível.
No fim da tarde desta quarta-feira (12), a UEM confirmou a liberação dos recursos por parte da Superintendência. A Universidade Estadual de Maringá disse ter feito os empenhos e irá fazer os encaminhamentos à Seti, que é a entidade que liquida os pagamentos.
Ao menos a Universidade Estadual de Londrina tem passado pela mesma situação.