Brasil tem 29% de analfabetos funcionais e pandemia piorou esse quadro
Imagem Ilustrativa | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Leitura e escrita

Brasil tem 29% de analfabetos funcionais e pandemia piorou esse quadro

Educação por Brenda Caramaschi em 23/05/2025 - 10:18

O Brasil segue estagnado no analfabetismo funcional. É o que revela a última edição do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). O levantamento aponta que 29% dos brasileiros de 15 a 64 anos seguem nessa condição, mesmo patamar verificado em 2018, ano em que a série histórica da pesquisa, publicada desde 2001, foi interrompida devido à pandemia de Covid-19. Isso quer dizer que quase três em cada dez brasileiros são incapazes de entender e utilizar de forma eficaz a leitura, a escrita e a matemática em tarefas simples do dia a dia.

O impacto da pandemia atingiu especialmente os jovens. O percentual de analfabetismo funcional entre a população de 15 a 29 anos subiu de 14% em 2018 para 16% em 2024 e fato de terem frequentado a escola não assegura que tenham habilidades suficientes para fazer uso da leitura e da escrita em diferentes contextos da vida cotidiana. Quanto aos que ingressaram ou concluíram o ensino superior, 88% são considerados funcionalmente alfabetizados, mas apenas 6 em cada 10 (61%) alcançaram os níveis intermediário e proficiente, ou seja, quase 4 em cada 10 estudantes que hoje estão ou já passaram por uma faculdade não dominam habilidades essenciais de leitura, escrita e matemática. Essa proporção é menor do que a observada em 2018, de 71%.

São considerados analfabetos funcionais aqueles que conseguem realizar tarefas bastante simples que envolvem a leitura de palavras, pequenas frases e números familiares como o do telefone, da casa, de preços etc. Ao se deparar com textos um pouco mais longos e complexos, números maiores ou que exijam alguma operação para sua compreensão, verifica-se que este indivíduo já não consegue realizar uma tarefa com base na leitura e na escrita.

Rodolfo Mattiello, especialista em linguagem e desenvolvimento da fala, diz que o cenário atual é multifatorial e explica como a era digital e a formação de professores têm contribuído para esse cenário.

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