Modernização urbana
Câmara tem audiência sobre cabeamento subterrâneo em Maringá; custo e impacto de implantação preocupam especialistas
Política por Ricardo Freitas/GMC Online em 02/06/2022 - 08:36A Comissão de Políticas Gerais da Câmara Municipal realizou na noite dessa quarta-feira (1º), uma audiência pública sobre o cabeamento subterrâneo em Maringá. O encontro teve a participação de especialistas do setor urbanístico, ambiental e elétrico.
Um projeto de lei tramita na Câmara para apontar diretrizes de transição do cabeamento suspenso para o subterrâneo e indicar alternativas técnicas. A autora do projeto é a vereadora Ana Lúcia (PDT), que presidiu a audiência.
“Nós precisamos dar uma resposta objetiva, o projeto de lei propõe as diretrizes para a implantação desse cabeamento, ou seja, está dado para além da solução definitiva, para que a gente faça conviver as árvores, com as necessidades de eletricidade, de telefonia, com a comunicação de toda ordem”, afirmou a vereadora.
Segundo a Copel, Maringá possui 36 km de cabeamento subterrâneo, a maior implantada na região do Novo Centro, na Avenida Horácio Racanello. O representante da empresa na audiência, o gerente de projetos, Roberto Ponce Martins, disse que o cabeamento subterrâneo traz benefícios, mas custa 15 vezes mais que o convencional, um custo estimado de R$ 5 milhões o quilômetro. Ele também falou sobre o impacto de implantação.
“A rede subterrânea traz uma confiabilidade extraordinária, mas nesse modelo não vamos só enterrar a baixa tensão, temos que enterrar a média tensão também com 13.800 ou 34.500 volts, para enterrar uma rede destas, o custo é elevado. Além disso, a instalação da obra requer a área livre de asfalto, calçada, rede de esgoto, moradores, tem que abrir valetas grandes e são necessários guindastes”, afirmou Roberto.
A diretora-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maringá (Ipplan), Bruna Barroca, também afirmou que a implantação é complexa. Para ela, é necessário priorizar as regiões de alta densidade demográfica.
“Pensando na qualidade da paisagem urbana, o rebaixo é bem vindo, traz o fortalecimento da qualidade urbana. Somos favoráveis, mas nós sabemos que essa implantação não vai ser amanhã ou o ano que vem, tem um longo prazo, deve ser feito através de um plano de implantação com metas anuais de rebaixamento e priorizando alguns espaços, principalmente a alta densidade e grandes avenidas”, comentou.
O projeto de lei está na primeira fase da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
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