Com dívida de R$ 50 mi, Justiça aceita recuperação judicial do Hospital do Câncer de Maringá
Foto: Arquivo / Google Street View / foto de 2019

Dificuldades

Com dívida de R$ 50 mi, Justiça aceita recuperação judicial do Hospital do Câncer de Maringá

Cidade por Fabio Guillen/GMC Online em 15/09/2021 - 15:01

A Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial feito pela administração do Hospital do Câncer de Maringá, também chamado de Hospital Guirello. O pedido foi deferido nessa terça-feira (14), pelo juiz Juliano Albino Manica, da  3ª Vara Cível de Maringá. O hospital privado acumula dívidas que chegam perto de R$ 50 milhões, cerca de R$ 20 milhões delas em dívidas tributárias, segundo a Justiça. 

Os administradores do Hospital do Câncer de Maringá têm agora um prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial que vai constar a forma como a empresa pretende parcelar as dívidas. Entre os credores, estão 50 funcionários que foram demitidos nos últimos meses e não receberam acertos e nem salários, segundo a Justiça. 

O Hospital do Câncer de Maringá tem 100 leitos oncológicos e, 80% deles, são mantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O hospital atende uma região com cerca de 3 milhões de habitantes. Atualmente são 330 funcionários, mas antes da pandemia eram mais de 380 trabalhadores. Além disso, o Hospital do Câncer possui um banco de sangue que atende quatro hospitais da cidade. 

Segundo o advogado do Hospital do Câncer de Maringá, Alan Rogério Mincache, as dívidas se acumularam durante a pandemia. Ainda segundo o advogado, muitos pacientes oncológicos pararam os tratamentos e isso reduziu os atendimentos. 

“No último ano por conta da pandemia houve um aumento nos insumos de mais de 200%. Insumos hospitalares e artigos médicos e isso impactou nas economias do hospital. Além disso, o hospital não pôde atender durante a pandemia pacientes com pandemia até por proteção dos pacientes oncológicos, o que reduziu muito o atendimento, inclusive atendimentos oncológicos que deixaram de fazer os tratamentos por conta das políticas de distanciamento. Isso tudo fez com que reduzissem o atendimento do hospital”, disse o advogado Mincache. 

Ainda segundo o advogado, o Hospital do Câncer de Maringá tem condições de continuar funcionando, mas precisa reorganizar as contas por conta da crise causada pela pandemia. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Maringá informou, nesta tarde, que por ser um hospital privado o Município não se manifesta sobre o assunto. A reportagem não conseguiu falar com o advogado de defesa dos trabalhadores demitidos nos últimos meses.

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