A Prefeitura de Maringá confirmou nesta segunda-feira (28) a nomeação do auditor fiscal aposentado Hércules Maia para o cargo de secretário de Governo. Em resumo, a função é para negociação política dentro da estrutura do Executivo. Simbolicamente, a medida mostra a expansão do grupo político da família Maia. Agora, são três irmãos em cargos políticos.
O primeiro deles é o prefeito Ulisses Maia (PSD), que vai para o segundo mandato. O segundo é Ricardo Maia (PSD), que já foi vereador e deputado estadual. Atualmente, ele é um cargo comissionado do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD). De acordo com o Portal da Transparência do Estado do Paraná, a função é de assessoria. O salário bruto é de R$ 21 mil.
Hércules Maia será o terceiro irmão com cargo a partir de primeiro de janeiro. O salário deve ser em torno de R$ 13 mil. Embora discreto, o agora secretário nomeado já desempenhava um trabalho dentro do Paço Municipal, auxiliando o irmão Ulisses Maia na função de gerir o município. Não era raro ele participar de conversas decisivas, desde formulação de decretos a sondagens quanto à contratação de cargos comissionados.
A presença de mais um Maia em cargo político é um sinal de como as famílias disputam espaço no campo em Maringá. Outras duas também representam dentro dessa arena. São os Barros e os Verri.
No caso dos Barros, atualmente a coordenação de um dos principais grupos políticos do município é de Ricardo Barros, deputado federal (PP). O irmão dele, Silvio Barros, foi prefeito de Maringá por duas gestões, além de secretário estadual. O pai deles, também Silvio Barros, foi prefeito municipal.Cida Borghetti, esposa do deputado, foi vice e governadora do Paraná.
A família Verri também tem tradição na política local. Mário Verri (PT) é vereador na Câmara de Maringá. Enio Verri, o coordenador do grupo político, é deputado federal (PT). Ele já foi candidato a prefeito.
Há outras famílias atuando dentro da política local, como os Fahur, os Oliveira e até os Jacovós.
Colunista de política da CBN Maringá, o sociólogo Tiago Valenciano explica que a formação de grupos políticos por meio da família é algo comum no Brasil. [ouça no áudio acima]