Depois de 14 anos, começou o julgamento de três dos cinco acusados pela morte do auditor fiscal José Antônio Sevilha, assassinado numa emboscada em 2005, em Maringá. Ele tinha 46 anos, era casado e pai de três filhos. As investigações apontaram que Sevilha foi morto a mando de um empresário, dono de uma das maiores importadoras de brinquedos do país, com sede em Maringá. Logo após a morte do auditor, que era chefe da Seção de Controle Aduaneiro da Receita Federal, uma operação interditou a importadora por sonegação fiscal. O empresário está preso há seis meses por determinação da Justiça Federal. O advogado de defesa dele, Ércio Quaresma Firpe, diz que o cliente é inocente.
Este é o primeiro juri popular realizado na Justiça Federal de Maringá desde a sua instalação há 26 anos. Bem cedo, já havia fila em frente ao prédio. Parentes, amigos, estudantes de direito, interessados em acompanhar o juri e muitos servidores da Receita Federal. O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais também acompanha de perto o desenrolar do caso. O diretor de Defesa Profissional do Sindfisco, Levindo Siqueira Jorge, diz que o julgamento é emblemático para a categoria.
A viúva do auditor Antônio Sevilha, Mariângela, chegou com uma das filhas e entrou rapidamente. Ela estava bastante nervosa e emocionada.
Os três acusados pelo crime, que serão julgados são, além do empresário, o executor e um advogado que aproximou os dois. Outras duas pessoas foram indiciadas: uma delas nunca foi encontrada, e a outra é um ex-policial, morto em 2018 durante cumprimento de pena por outro crime num presídio de São Paulo. A CBN não conseguiu contato com a defesa deles. A previsão é que o julgamento dure três dias.