No último domingo (8), numa reunião com todos os prefeitos da região da Amusep, ficou decidido que as prefeituras de Maringá, Sarandi, Marialva, Paiçandu e Mandaguaçu, publicariam um decreto unificado com medidas restritivas para conter o avanço da Covid-19.
Não foi o que se viu. Nessa terça-feira (9), quando começou a valer em Maringá o decreto 632, mantendo o comércio não essencial fechado, Sarandi, por exemplo, autorizou a reabertura das lojas seguindo o decreto estadual, das 10h às 17h, inclusive aos sábados, das 9h às 13h, a partir desta quarta-feira (10).
Horas depois, a Acim, Associação Comercial e Empresarial de Maringá, divulgou
uma carta aberta à população demonstrando a insatisfação da entidade que representa 5 mil empresários e comerciantes.
Na carta, a Acim lembra que investiu na compra de equipamentos e insumos para ajudar a saúde pública a superar a crise sanitária, só esta semana foram doados seis respiradores.
A entidade entende o momento crítico, mas reforça que é essencial preservar empregos, empresas e renda. Um trecho da carta diz que “a iniciativa privada já recorreu ao crédito, postergou impostos, utilizou banco de horas e férias coletivas, quebra de contratos e prorrogação de dívidas. Não há mais alternativas à mesa”.
E ainda: “ O decreto do governo do Paraná, que está sendo seguido pelas cidades do entorno de Maringá, previa a retomada das atividades nesta quarta-feira, dia 10, mas, com o novo decreto, a prefeitura de Maringá ampliou o período de restrições, causando danos ainda maiores aos negócios e comprometendo outros milhares de empregos.”
Dono de um hotel, o empresário Erasmo Ramos queria entender por que Maringá e as cidades da região não adotaram as mesmas medidas. [ouça o áudio acima]
A comerciante Emanuele Secron também esperava que Maringá seguisse o decreto estadual. Ela tem duas lojas de confecção, já fez empréstimos, e corre o risco de demitir funcionários. [ouça o áudio acima]
O decreto estadual também permite a retomada de aulas presenciais com 30% da capacidade. Londrina segue o decreto do estado com exceção da rede municipal de ensino. Maringá não permitiu a retomada nem nas escolas públicas e nem nas privadas.
O vice-presidente do Sinepe, Sindicato que representa as escolas particulares, José Carlos Barbieri, diz que até instituições de ensino superior estão demitindo funcionários.[ouça o áudio acima]
O prefeito de Sarandi, Walter Volpato, diz que a cidade até iria seguir Maringá, mas ele decidiu, assessorado pelo COE, comitê emergencial, formado por especialistas na área médica e jurídica, seguir o decreto estadual. [ouça o áudio acima]
A Prefeitura de Maringá não quis comentar a carta divulgada pela Acim.