Quer fazer contato com Gilson Aguiar, encaminhar uma sugestão? Envie uma mensagem para o WhatsApp da CBN Maringá. O número é (44) 99877 9550
Opinião
Comum é normal, anormal é ser perfeito
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 23/09/2021 - 09:12Entre nas redes sociais, perceba a propaganda que os perfis fazem de si. Veja a alegria brotar da vida das pessoas. Como elas estão satisfeitas coma vida que tem. Desperta-se no mais desatento um sentimento de diminuição. Ter uma vida cheia de contradições enquanto existem pessoas sem conflitos. Como suportar ser “imperfeito” em meio a tatos perfeitos no mundo?
As imagens registram em boa parte das redes sociais a felicidade constante. Encontros calorosos e sinceros com os bons e “fiéis” amigos. Mensagens inteligentes e corpos perfeitos decoram o ambiente virtual. Para nos deixar ciente de nossa precariedade social, quanto seguidores tem a “persona perfeita”.
Seria tolo acreditar que este ser intocável existe. Que é natural ter aquela vida. Estamos diante de uma mentira. Não há uma vida harmônica, há uma vida normal. E vidas normais são carregadas de conflitos e cotidiano comum a maior parte do tempo. Não há nada de sobrenatural e nem de anormal em ser comum, normal.
O problema está na medida divulgada como um padrão desejável que é insuportável e inatingível. Ela é vendida como se fosse possível a todos. Esta mania dos propagadores da “fuleira autoajuda” de que tudo depende somente de você. Não somos o umbigo do mundo e estamos jogados neles.
As escolhas na vida nos exigem posicionamento, tomar posição requer, muitas vezes, entrar em rota de colisão com outras pessoas. Agir de uma determinada forma é contrariar a forma como as pessoas gostaria que agíssemos. Quantas vezes somos contrariados.
Logo, o suicídio que queremos combater tem um terreno fértil neste ambiente de padrões desumanos. Nesta exigência a felicidade. Na negação de que o normal é conviver na contradição entre acertos e erros. Este culto ao “perfeito” cobra seu preço e estamos pagando caro, com vidas, por isso.
Notícias da mesma editoria
Opinião
Opinião
Respeitamos sua privacidade
Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Conheça nossa Política de Privacidade