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Amor pelos animais
A Daiane é uma mãezona daquelas que fazem de tudo pelos filhos. Acorda cedo, faz café, cuida, dá banho, leva à escola, enfim, tem a rotina cheia e sempre em busca dos cuidados das crianças.
E esses cuidados também são destinados aos filhos do coração que Daiane adotou e cuida muito bem: vários gambás que foram resgatados pela moradora do distrito de Iguatemi, em Maringá, e que têm feito sucesso nas redes sociais.
Os gambázinhos, que ainda não chegaram na fase adulta, tem até nome: Bernardo, Ângelo, Chirra, Donatelo, Major, Brenda e Júnior. Os marsupiais são animais silvestres, mas precisaram ser resgatados, senão, não teriam chances de vida na natureza.
E sem medir esforços, Daiane adotou os bichinhos, que foram domesticados e hoje vivem uma vida de realeza, com direito a alimentação diferenciada e cama quentinha.
Bernardo é o gambá mais velho da turma. Ele foi resgatado e logo se tornou o xodó de Daiane. Ela conta que o animal faz até manha para receber o café da manhã.
“O Bernardo, até que eu não dou o que ele quer de manhã, ele não sai do meu pé. Ele fica em cima da cama, me rodeando, e até eu dar uma banana ou um iogurte pra ele, ele não sai do pé.”
Daiane conta que os gambás parecem bebês nos primeiros momentos da vida e que os animais são exigentes quanto ao que comer.
“É a mesma coisa de uma criancinha, de um nenê. Até parece meu filho de três anos. Muito exigente. Foi acostumado, né?”, conta a “mamãe” do Bernardo.
A moradora de Iguatemi comenta que Bernardo, o mais velho da trupe, é muito querido e em todo lugar que vai, é bem-vindo.
“O Bernardo é muito querido onde eu moro, todo mundo gosta dele. Lugar onde ele não é bem-vindo, eu nem entro. Ele vai no mercado comigo, onde ele é bem-vindo. No postinho também. Quando levei ele na igreja comigo ele foi bem-vindo. O Bernardo, onde eu vou eu levo ele. Ele é domesticado, bem mansinho.”
Se Bernardo já está bem domesticado e se dá bem com a galera, os irmãos menores ainda estão em processo de adaptação à vida doméstica, e cada dia mais se sentem parte da grande família que Daiane vem criando.
O amor de Daiane pelos bichinhos é tão grande que ela não mediu esforços para salvá-los quando eles foram resgatados, ainda recém-nascidos, após perderem a mãe. Alimentados com leite especial por meio de uma sonda, Daiane conseguiu fazer o que talvez a natureza selvagem não conseguisse: dar oportunidade de vida para os gambás, tão frágeis e pequenos.
E esse amor é ensinado em casa. Os filhos de Daiane parecem ter o mesmo carinho pelos animais. Ela conta que quando veem algum bicho na rua, não medem esforços para querer cuidar.
“Eles gostam de bicho. Qualquer bicho que ele veem na rua eles pegam e trazem pra casa.”
Além dos gambás, a casa de Daiane ainda tem uma ovelha, a Polaca, três cavalos, três gatos, três cachorros, uma calopsita, um coelho, algumas galinhas e pintinhos.
A turma é grande, e cuidar de tanto bicho assim, muitas vezes, não é barato. Ela conta que gasta, em média, R$ 1.200 por mês com a alimentação dos bichos. A maioria come ração, até mesmo os cavalos. Os gambás comem muitas frutas, além, é claro, dos leites especiais dados aos filhotes.
“Com a alimentação de todos os bichos que eu tenho aqui, eu gasto em torno de R$ 1.000 a R$ 1.200 por mês. A ração para os cavalos custa cerca de R$ 135 reais cada pacote, e eu compro um a cada duas semanas. Tem também as latas de leite para os gambás filhotes, que são quatro latas por mês, e cada lata custa R$ 75 e também ovos de codorna, que eu cozinho seis por dia para os gambás.”
Daiane ainda diz que nunca foi atrás de “pegar” um gambá na natureza. Os bichos que chegam até ela, vem de resgate. Como tem conhecimento sobre os animais, ela cuida e faz o que pode para mantê-los vivos, mesmo quando a situação é delicada. Ela ainda faz um alerta para quem quer “criar” gambás, já que os cuidados com esses animais não é fácil, requer muita paciência e dedicação, além, é claro, de saber que são animais silvestres e, na maioria das vezes, devem ser devolvidos à natureza, de onde vêm.
“Às vezes as pessoas falam ‘quero um gambá’, mas muitas pessoas não sabem como é criar um gambá. Não é só pegar e criar dentro de casa. Eu não ‘pego’ eles, eu socorro eles. Muita gente mata os gambás, mas eu vou lá e acolho eles. Sou tipo uma ONG pra eles. Acolho os bichinhos que não tem mãe, aí eles ficam mansos, e por conta disso não posso soltar na natureza. […] O gambá é um animal silvestre, né? Não é querer. Tem que resgatar o bichinho quando precisa, não pegar na natureza. Eu nunca peguei nenhum gambá na natureza […] na verdade eu ajudo os bichinhos, né.”
E pra ter tanto animal diferente assim dentro de casa, é preciso muito cuidado, paciência e harmonia. E essa última tem de sobra. Os animais, por mais diferentes que sejam, desde o tamanho, até a espécie, convivem muito bem. Cada um com suas especificidades e necessidades, mas sempre muito bem cuidados pela mãezona Daiane.
E com tanta ajuda aos animais, Daiane também aceita ajuda. Seja por meio de doação de ração, leite ou derivados, tudo destinado aos bichinhos. Afinal, resgatar esses animais, que muitas vezes são esquecidos, não é tarefa das mais simples. Para entender como essa ajuda pode ser dada, basta entrar em contato com a Daiane, pelo telefone (44) 9 8804-3677.
A CBN também conversou com a Daiane. Ela conta como encontrou o Bernardo. [ouça o áudio]
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