O CAD, Conselho de Administração da UEM, o segundo mais importante da instituição, aceitou o recurso de defesa dos dois professores de História, que foram investigados por supostos casos de assédio sexual. Por conta disso, o colegiado voltou atrás na decisão de suspender o professor Itamar Flávio Silveira e demitir o professor Moacir José da Silva dos quadros da instituição. Por 5 a 4, o recurso foi aceito no começo da semana.
No ano passado, o então reitor Mauro Baesso acatou parcialmente o pedido de uma comissão que havia sido instaurada para investigar internamente o caso. Itamar Flávio Silveira teve como pena uma repreensão. Moacir José da Silva foi suspenso por 90 dias, sem remuneração.
Aí o Diretório Central dos Estudantes e dois centros acadêmicos entraram com recurso que havia sido acatado pelo CAD em fevereiro. As entidades estudantis queriam a suspensão de Silvieira e a demissão de Silva.
Desde 2016, um grupo de alunas vem fazendo denúncias contra os professores. Protestos públicos também foram realizados. Além disso, há processos correndo na Justiça comum.
A nova decisão é vista como insatisfatória, disse a representante do DCE Bárbara Dourado. O Diretório estuda acionar o COU, o Conselho Universitário, a instância máxima. Por outro lado, ela vê como ganho o fato de um processo relativo a suposto assédio sexual ser julgado e penalizado.
SONORA
O advogado Bruno Gimenes Di Lascio, que defende os professores, se manifestou por nota. Ele escreveu que o CAD foi sensato ao acatar o recurso. Quanto às críticas a decisão, ele disse que é a prova de que o processo tem um caráter politiqueiro nos bastidores. Lascio também escreveu que a decisão dada pela reitoria foi descolada do conteúdo do processo, “porque inspirada no trabalho grosseiro e irresponsável da comissão processante”.
Atualmente, Itamar Silveira não tem mais vínculo com a UEM porque pediu aposentadoria em 2018. Já Moacir José da Silva continua nos quadros.