A pergunta gera polêmica e inúmeras respostas. A mais comum é não. Mas será? Pode ser que não estejamos fazendo a pergunta certa. Afinal, o dinheiro não é um fim em si. Ele é um meio. Mas todo o meio é construído através de uma relação. Aí, penso, está a pergunta certa, qual é a nossa relação com o dinheiro? Respondendo a isso, teremos então a conclusão para a pergunta se ele traz ou não felicidade.
A questão nossa com o dinheiro é como ele chega à nós. Como construímos ou não um patrimônio, ou uma vida, por mais simples que seja. Ele pode ter um gosto amargo na proporção dos números ou pode ser um meio de se viver sem peso. O motivo e o sentido de ter contam em cada cédula. Por isso, antes de contarmos o quanto temo, devemos contar a história que levou a conquista-lo, ou não.
Ao estabelecermos uma vida marcada pela quantificação financeira, estamos dando aos nossos atos e relações o olhar sobre uma oportunidade. O para que servem as oportunidades, uma condição para superarmos obstáculos, problemas. Mas ao desejarmos o dinheiro, ao buscarmos, podemos estar construídos uma cadeia de complicações, de valores, de sentimentos e ressentimentos alheios difíceis de serem controlados. Queremos?
O quanto vamos perder ao buscar o valor financeiro. Quantos valores estão em jogo quando determinamos a acumulação ou o gasto excessivo que faz escorrer pelas mãos as cédulas. A vida é encantadora e encanta, mas o que nos encanta na vida?
Em nossas relações damos as pessoas um significado. Para nós, demonstramos o que somos quando no mercado da convivência, para obter o sucesso monetário, fazemos trocas, escolhas, uma em detrimento da outra. Qual o preço que se paga?
Por isso, quando perguntamos se “Dinheiro traz felicidade? ”, a resposta é simples. Ele é sempre a expressão de uma vida, o prêmio associado ao que se fez bem e benfeito, ou o quanto se ganhou para perder alguns dos melhores bens de uma vida.