Ter na tela do celular, no aplicativo de música, uma biblioteca quase infinita a um play dos fones de ouvido, é uma facilidade dos dias atuais que não satisfaz os amantes do disco de vinil. O ato de pegar o LP, colocar no toca-discos e apreciar a música ao ler a letra pelo encarte, é quase um ritual.
Tiago Barbosa de Oliveira, de 37 anos, é um dos que não abrem mão da mídia física. Ele ficou desempregado em 2020, período em que o mundo vivia o início da pandemia de Covid-19. Na época, Tiago já colecionava LPs e decidiu fazer do hobby o próprio negócio.
Começou anunciando alguns discos nas redes sociais; o bom desempenho online, possibilitou a abertura de uma loja física no centro de Sarandi. Para ele, o famoso "bolachão" entrega bem mais do que a música. [ouça o áudio acima]
Cliente da loja de Tiago, Caroline de Alcântara, de 28 anos, herdou do pai a paixão pelos discos. Ela iniciou a coleção, que já passa dos 600 itens, há 10 anos. Segundo ela, a experiência proporcionada pelo vinil ao ouvir música, é um dos diferenciais do formato. [ouça o áudio acima]
Nelson Tanaka, de 58 anos, também integra o grupo de ouvintes entusiastas da mídia física. Colecionador há 44 anos, ele recorda que a paixão pelos vinis veio ainda na adolescência. [ouça o áudio acima]
Dados da Pro-Música, entidade que representa as principais gravadoras do Brasil, mostram uma participação tímida da mídia física no mercado fonográfico brasileiro. No ano passado os CDs, DVDs e o vinil, representaram, juntos, menos de 1% das receitas. Em contrapartida, o streaming abocanhou mais de 80% do valor recebido pela indústria.
Mas os amantes e colecionadores de LPs não estão preocupados com as estatísticas comerciais. O prazer de ouvir uma boa música com a qualidade do vinil é o que basta.
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