Elas são a maioria dos eleitores, 52%. Porém, elas não são proporcionalmente representadas. No Congresso Nacional, no Senado, elas são 16%. Já na Câmara dos Deputados, as mulheres são 10%. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mesmo com os partidos tendo que cumprir uma cota de 30% de candidatas.
Esta semana nós comemoramos mais um aniversário da Lei Maria da Penha. Uma vitória no combate a violência de gênero. Reduzir a tendência ao machismo que está na origem de nossa organização familiar. Comportamento que ainda predomina e acaba por influenciar na formação política da população. O poder é associado a figura masculina e não as mulheres.
No levantamento do TSE, feito em junho, mostra que elas também são a porção de eleitores que vão definir as eleições deste ano. 46% delas ainda não escolheram seus candidatos. Já, 25% dos homens definiram em quem vão votar na presidência da república. A tendência em seguir o voto que seus parceiros, maridos, pais, irmãos, acaba por minar sua tendência de autonomia na decisão. Talvez, um pouco, de votar em candidatas mulheres.
A mudança principal para que a mulher possa ter uma representatividade maior está dentro do ambiente doméstico. É preciso educar as meninas para a autonomia. Demonstrar que o comando de empresas e dos movimentos sociais deve ter nelas, também, à liderança. O empoderamento feminino deve ocorrer, na política principalmente. Pois só assim nós vamos superar os índices de violência contra a mulher que colocam o país entre os mais violentos em relação a questão de gênero.
Com a participação no poder na proporção que elas têm na população, elas podem colocar os “homens” no seu devido lugar, ao lado. Nem abaixo e nem acima. Porém, isto como uma conquista. Pois, na relação de igualdade a construção do respeito é uma conquista e não concessão.