Desde o início da gestão Ulisses Maia, em janeiro de 2017, o primeiro escalão da prefeitura foi alterado ao menos 18 vezes. O número leva em conta a troca de secretários e de diretores com status de secretário. Ao todo, o executivo municipal conta com 25 diretorias e secretarias. A troca mais recente aconteceu nesta semana. Gisele Colombari foi escolhida para chefiar a Educação. Ela entrou no lugar de Valkiria Trindade, que foi demitida. A saída dela aconteceu após brigas e desgastes internos causados principalmente pelo caso de abuso sexual de um professor na rede municipal, registrado no fim do ano passado.
Segundo levantamento feito pela CBN, as mudanças aconteceram por divergências políticas, mudanças estratégias e até por haver compromissos de campanha e não se saber o que fazer com um secretário. A reportagem não leva em conta o número de alterações em cargos de segundo e terceiro escalões.
Há pastas que tiveram mais trocas. É o caso do Meio Ambiente, que começou com Jaime Dallagnol, em 2017. Ainda naquele ano, ele saiu por questões pessoais. No lugar dele, entrou Ederley Alkamin. Neste ano, Alkamin saiu para a entrada de Marcos Zucolloto. Esses dois já estavam na administração municipal.
Alkamin agora está na 15ª Regional de Saúde, mas não por vontade própria. Foi decisão do grupo político de Ulisses Maia. Já no caso de Zucolloto, ele deixou a pasta de obras e assumiu Meio Ambiente após uma série de pedidos para ele sair da Semop, segundo fontes da CBN. Conforme elas, Zucolloto foi alocado na pasta pois é aliado de primeira hora de Ulisses Maia – e não poderia ser descartado da equipe.
Uma das saídas por desgaste político foi a do advogado Eliseu Fortes. Ele assumiu por pouco tempo a Controladoria Geral do município em 2017. Por divergências com o prefeito Ulisses Maia, Fortes não só saiu como se tornou um crítico do governo.
Das mudanças estratégias, uma delas foi a da Secretaria de Planejamento. Celso Saito deixou a pasta para cuidar da criação do Ipplam, o Instituto de Planejamento, em 2017. Só que aí, com a criação do Ipplam, Saito deixou a equipe.
Críticos vêem desgaste na administração. Ulisses Maia diz que não, que mudanças fazem parte.
Alterações também fazem parte da estratégia política. Rogério Calazans, que deixou a Secretaria de Gestão por vontade própria, continua auxiliando o grupo político. O trabalho dele é fortalecer o nome de Ulisses Maia para a campanha em 2020.
Uma das situações que têm acontecido é a seguinte: ex-cargos comissionados deixam a Prefeitura e apontam problemas na gestão, o que pode atrapalhar os planos para o ano que vem.