O médico Osvaldo Alves era um idealista que andava descalço e pregava o desapego aos bens materiais.
Na ditadura militar, Osvaldo foi preso e torturado.
Em 1984, o médico radicado em Mandaguari criou a Comunidade Social Cristã Beneficente.
Até 2017, ano de sua morte, o médico se revezou na presidência da entidade com Tânia Gomes, amiga e discípula.
Quando o médico começou a receber indenização do Governo Federal,
como compensação pela perseguição sofrida no regime militar, utilizou os recursos no projeto social: comprou uma chácara e reservou uma parte para as despesas da entidade.
Após a morte de Osvaldo, Tânia se afastou do dia a dia da entidade, mas permaneceu na presidência.
No ano passado, Tânia começou a receber cobranças de gastos em nome da Comunidade e descobriu que havia um desfalque financeiro que pode chegar a R$ 1 mi. [ouça o áudio]
A entidade registrou queixa na polícia e o inquérito foi entregue ao Ministério Público.
O processo está sob sigilo da Justiça. Mas Tânia diz que a suspeita recai sobre duas ex-funcionárias da entidade. [ouça o áudio acima]
A CBN Maringá conseguiu contato com os advogados que representam uma das ex-funcionárias.
Em nota, a defesa informou que a investigada é inocente e que a inocência será demonstrada nos autos investigatórios.
A ex-funcionária, continua a defesa, "não exercia cargo de gestão e cabia à diretoria da entidade administrar e fiscalizar, sendo impossível movimentar valores sem a percepção dos gestores".
Ainda de acordo com a defesa, a investigada “nunca teve acesso a quantias além do devido pelos trabalhos prestados”.
Confira a nota na íntegra:
“Ante as acusações proferidas contra a investigada, informa a defesa que foi solicitado acesso junto ao inquérito policial, o qual ainda não fora disponibilizado.
Expõe a defesa que a inocência da investigada é fato, e que isso será
demonstrado junto aos autos investigatórios.
A investigada não possuía cargo de gestão junto a entidade, sendo importante destacar que a referida comunidade possui sua gestão através da presidente, vice-presidente, secretário e tesoureiro e um conselho fiscal, os quais, possuem o dever de administrar e fiscalizar a entidade, sendo impossível a movimentação de valores sem a percepção dos mesmos.
A investigada nunca teve acesso a quantias além do devido pelos trabalhos prestados.
No momento, inexistem maiores informações a serem prestadas, tendo em vista o sigilo atribuído à investigação, prezando a defesa para o melhor deslinde da mesma.
No mais, a investigada fica à disposição da justiça para prestar os
esclarecimentos necessários.
Por fim, a defesa repudia os atos caluniosos que estão sendo desferidos em desfavor da investigada e espera que no findar da investigação sua inocência fique demonstrada e que os verdadeiros culpados sejam apontados”.
A CBN não conseguiu contato com a defesa da outra ex-funcionária investigada.