Em 1997, Paulo Lins, com 29 anos, publicou o romance “Cidade de Deus”. No livro, a descrição de uma favela chamou a atenção do público e da crítica. Anos depois, a obra foi adaptada ao cinema e recebeu quatro indicações ao Oscar. O autor, vivendo no Rio de Janeiro, se tornou figura da cena literária.
Desde então, Paulo Lins tem trabalhado com roteiro para filmes e para a TV Globo. No currículo estão trabalhos como a série Carcereiros e Faroeste Caboclo.
Nesta quarta-feira (21), Lins participou de uma mesa na Flim, a Festa Literária de Maringá, ao lado da escritora Cidinha da Silva. Em 2012, Lins lançou um segundo romance. O “Desde que o samba é samba”. A obra mostra o nascimento do samba no Rio de Janeiro, o impacto social na vida das pessoas e como isso construiu de certa forma a identidade do carioca.
Segundo o autor, escrita desse livro foi mais prazerosa que a do Cidade de Deus.
Para o escritor, um dos grandes problemas da sociedade é o preconceito. No Brasil as pessoas deveriam valorizar a mistura e não o contrário.
Durante a Flim, Lins falou sobre a literatura produzida por pessoas negras. Se houvesse estrutura mínima no país, não seria necessário fazer a segmentação de literatura por grupos, afirma.
Paulo Lins trabalha na produção de um livro infantil a ser publicado em 2019; e no roteiro de um filme sobre o grupo de rap Racionais Mc’s.