A escritora Leonor Cione, de 62 anos, já tinha se aventurado na ficção antes de 2017, por conta publicação de duas histórias para crianças e contos de forma esparsa. Mas foi naquele ano que ela entrou em algo mais complexo: o lançamento do primeiro romance, chamado “O estigma de L”, pela editora Quelônio. A narrativa envolve memória, esquecimento, relações familiares e o ser mulher. A protagonista, Liliana, há quase duas décadas em um sanatório, tem amnésia e só aos poucos se reencontra.
O livro foi finalista do prêmio São Paulo de Literatura, na categoria Autor Estreante com Mais de 40 anos, em 2018.
A escritora esteve em Maringá para duas atividades com estudantes do curso de letras da UEM (Universidade Estadual de Maringá). Questionada se para escrever um romance é necessário ter experiência de vida, Leonor disse que não necessariamente para todos; para ela sim. Um romance exige mais disciplina e técnica, afirmou.
“O estigma de L.” recebeu avaliações positivas dos leitores e da crítica , com comentários que dizem ter havido surpresas ao longo da narrativa.
Segundo Leonor, ela queria falar sobre a condição da mulher, da maternidade. E é aí que entra a amnésia, que serviu de deslocamento para a construção do enredo. “O estigma de L” vem com um mini almanaque com as informações que auxiliam Liliana a construir a sua identidade.
Leonor Cione esteve em Maringá a convite do professor e escritor Flávio Vassoler.