Vivemos tempo de radicalismos. Isto é uma certeza perigosa. O quanto à discussão sobre as saídas para os mais diversos problemas tem na lógica imediatista a saída adotada pela maioria. O discurso extremo repousa neste perigo de ver as coisas de forma parcial. Falta conhecimento para fazer avaliações e toma decisões.
Uma das percepções sobre isso é a questão econômica que envolve o país. O Estado intervencionista é uma prática que se arrasta na história do Brasil. O papel do Estado na economia sempre esteve orientado pela lógica desenvolvimentista. O futuro do país dependeria das ações do poder público. Não por acaso a sociedade desenvolveu esta dependência.
Não nos acostumamos a ter na iniciativa privada a solução para as questões de mercado. A liberdade de ação no ambiente econômico sempre foi reprimida pelos favorecimentos que o Estado deu a determinados agentes econômicos. O liberalismo como tanto se fala nunca ocorreu. Pior, a estatização e o intervencionismo criaram vícios.
Os que acendem ao poder tem uma prática de usar a máquina do estado para fortalecer o seu poder. A intervenção estatal sempre justificou no Brasil o porquê o homem público é essencial. Ele não é o representante e sim o agente de benefícios.
As empresas, quando buscam os favores do poder, sabem que serão atendidas quando se alinham com ações, nem sempre lícitas, de financiar, propinar, se associar a quem está no poder. Muitos empresários e seus empreendimentos não teriam sucesso se tivesse que concorrer em um mercado competitivo, que exigisse inovação, aprimoramento, eficiência.
Somos viciados. Parte considerável da população também é. Deseja pertencer a máquina do Estado, o sonho de ser funcionário público. Outros vivem do subsídio do poder público e se acomodam. Sabem que não caíram por terra. O subsídio público impedirá o golpe final.
Logo, em inúmeras ações e funções, o estado todo poderoso é absoluto na vida das pessoas. Gera uma “zona de conforto” perigosa. Alimenta-se a inércia. E nesta condição há muitos envolvidos.