Desde o fim do ano passado, os estudantes de Sarandi têm se mobilizado para reverter o corte dos ônibus. Esses veículos transportavam cerca de 250 alunos no período da noite para estudar em Maringá. A maior parte, na UEM. A decisão de cancelar o transporte foi da Prefeitura de Sarandi, após um pedido do Ministério Público. O MP diz que o município tem de resolver primeiro o problema das filas nas creches para depois fornecer o transporte aos universitários.
Um grupo de alunos tem se mobilizado. Os estudantes protestaram em frente à prefeitura em ao menos duas ocasiões, foram às sessões da Câmara de Vereadores, mas sem um resultado prático até o momento. Agora, eles querem um posicionamento da Reitoria da Universidade Estadual de Maringá, diz o estudante de filosofia e um dos articuladores do movimento em Sarandi, Leonardo Silva.
A CBN vem questionando há dias a reitoria da Universidade Estadual de Maringá. O principal motivo é que em 2018 houve aprovação da PAE, Política Institucional de Apoio e Permanência dos Estudantes. O programa tem entre as responsabilidades da universidade a viabilização da permanência do aluno, o que envolve a atual situação dos sarandienses. A assessoria de comunicação da UEM informou que a reitoria não vai se manifestar.
A PAE foi aprovada pelo COU - Conselho Universitário. O preisdente do COU é o reitor. Na época da aprovação da PAE, o então reitor, professor Mauro Baesso, buscava apoio dos acadêmicos para fortalecer a candidatura do então vice-reitor, professor Julio Damasceno, à reitoria. Com apoio dos alunos, inclusive do DCE, o Diretório Central dos Estudantes, ele foi eleito.
A CBN também procurou o DCE. A informação é de que tratativas vêm sendo feitas com a reitoria, mas ainda não há nada oficial por parte da principal entidade estudantil da UEM, como a realização de um ato ou algo do gênero. Na fanpage da atual gestão do DCE, a Construção Coletiva, as últimas três publicações são relativas às questões de Sarandi.
A reportagem tem acompanhado a situação dos sarandienses. Muitos já relataram que não têm condições de estudar em Maringá caso tenham que pagar passagem de ônibus de Sarandi até a cidade vizinha.