Rajadas de vento de mais de 40 quilômetros alteraram o planejamento de combate ao incêndio no Parque Nacional de Ilha Grande. Em chamas há uma semana, o fogo se propagou com mais força nessa sexta-feira (16). Foi uma piora, porque na quinta-feira (15) havia ocorrido um avanço nos trabalhos da força-tarefa que tenta apagar o fogo. Agora, o incêndio chegou à condição de extrema propagação – tendo alcançado a lagoa Saraiva, onde a equipe se preparava para o combate. Por conta disso, bombeiros e brigadistas deixaram o local.
Até sexta-feira, 35 mil hectares do parque já tinham sido atingidos pelas chamas, metade da área total, que é de 76 mil hectares.
O número de pessoas no combate ao fogo chegou a 72, e agora há um helicóptero de apoio logístico. A força-tarefa é composta pelo ICMbio (órgão gestor da unidade), o Corpo de Bombeiros do Paraná e do Mato Grosso do Sul, Polícia Militar Ambiental do Mato Grosso do Sul, Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas e o CORIPA, consórcio intermunicipal que está coordenando o apoio logístico e articulando o apoio operacional das prefeituras de Altônia, São Jorge do Patrocínio, Icaraíma e Alto Paraíso.
O Parque Nacional de Ilha Grande fica a 230 quilômetros de Maringá.
É comum haver registro de fogos no Parque, mas existe a suspeita de que esse tenha sido criminoso. Durante os trabalhos de combate ao incêndio, a força-tarefa tem resgatado animais da fauna típica como tamanduás, cobras antas.
Segundo a direção do Parque, o ecossistema do local dificulta o combate ao fogo. O terreno é instável e alegado. As labaredas de chamas podem chegar a 12 metros de altura. O calor intenso cria um microclima que deixa o vento mais forte e imprevisível.