Paralisação nacional
Funcionários dos Correios de Maringá também estão em greve
Cidade por Luciana Peña em 18/08/2020 - 08:30
Os trabalhadores dos Correios de todo o país entraram em greve por tempo indeterminado a partir dessa terça-feira (18). A categoria diz que perdeu benefícios que ajudam a reforçar o salário porque o acordo coletivo bianual, que estava em vigor, foi derrubado em decisão liminar do Supremo Tribunal Federal. A categoria recorre e o STF está apreciando o tema. Eles esperam que a paralisação apresse a votação.
Em Maringá, alguns diretores do sindicato que representa os trabalhadores nas agências dos Correios estão em frente às centrais de distribuição e triagem. São três na cidade, além da agência central dos Correios na Praça Renato Celidônio.
Os funcionários entraram em greve nesta terça-feira por tempo indeterminado. A paralisação é nacional.
A diretora sindical Izabel Peliçon diz que por causa da pandemia, os trabalhadores não irão se concentrar em frente às agências como em greves anteriores.
Por isso, por enquanto, não é possível saber se há ou não adesão ao movimento grevista.
O sindicato alega que os trabalhadores perderam benefícios que ajudam a engrossar a remuneração, hoje em torno de dois salários mínimos.
A Justiça do Trabalho tinha decidido que o acordo coletivo da categoria com a empresa valeria por dois anos, mas uma decisão liminar do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, derrubou o acordo coletivo, explica Izabel.[ouça o audio acima]
A categoria recorre desta liminar e o mérito da questão está em debate no STF até o próximo dia 21.
Por enquanto, três ministros votaram a favor dos Correios, pelo fim do acordo bianual. Os trabalhadores precisam de seis votos para derrubar a liminar. A CBN entrou em contato com a assessoria dos Correios no Paraná e aguarda um retorno.
Atualizado às 8h40- Segundo o sindicato dos funcionários, a adesão ao movimento grevista em Maringá é de 80%.
Em nota oficial os Correios informaram que:
"Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados conforme contracheques em anexo que comprovam tais afirmações.
Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que a possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.
No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional.
Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.
A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período - dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.
Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos."
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