As árvores são um dos símbolos da cidade. No passado já foi um dos orgulhos que Maringá cultuou para se destacar nacionalmente. Ser a cidade mais arborizada do Brasil. No calor, a arborização funciona para aliviar a temperatura alta e dar mais humidade ao ar. Elas nos livram de um calor infernal provocado pelo concreto. Além de tudo isso, as árvores fazem um ambiente ficar vivo e não frio e desumano como a cidade exclusivamente de concreto.
Contudo, a boa relação com as árvores tem seus momentos de tensão. No sábado, a chuva provocou a queda de mais de 150 delas. Foram 50 postes que acabaram sendo derrubados por consequência de árvores que foram ao chão. O resultado foram mais de 10 mil unidades consumidores sem energia e muitas delas ainda estavam no escuro até ontem, segunda-feira, dia 15. Prejuízos foram contabilizados entre casas e carros danificados. Nestas horas as consideramos um mal.
Acredito que tudo isso é a crise da relação, comum a um ambiente urbano onde os problemas tendem a marcar as relações entre as pessoas e as coisas. A árvores em Maringá necessitam de cuidado. Replantio, preparação do solo, racionalidade na sua relação com os espaços urbanos. Muitas das árvores já envelheceram e estão em seu ciclo final de vida. O lugar onde foram plantadas no passado, a espécie, tudo conta para o destino da planta e das pessoas a sua volta. Mesmo com tudo isso, seria inevitável a queda de algumas delas. A diferença é que árvores caem em uma floresta e isso representa um ciclo de vida, quando ocorre na cidade, pode iniciar uma sequência de estragos.
Por isso, é simplismo considerar que a arborização é um problema. Defender a retirada das árvores, considerar que tudo seria melhor sem elas. A solução é prevenção. Aprender a antecipar problemas e fazer uma arborização racional. Associar as espécies adequadas aos espaços urbanos. Estamos mais conscientes de que toda a proteção e qualidade que o ambiente ganha com as árvores tem seu preço. Se desprezarmos a relação e abandonarmos a arborização, o preço será maior ainda.