Gilson Aguiar comenta a mobilidade urbana

Comentário

Gilson Aguiar comenta a mobilidade urbana

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 21/12/2017 - 08:34

O prefeito de Maringá, Ulisses Maia, esteve no estúdio da CBN nesta quarta-feira, dia 20, e falou sobre sua gestão. Um dos temas que me chamou a atenção foi o transporte coletivo. Ele falou das exigências para que os ônibus tenham conforto e a necessidade de que a população opte por este modal urbano. 

O desafio, para o prefeito, é gerar condições de deslocamento mais rápido. Colocar mais ônibus e mais opções de trajetos. Para ele, estas medidas fariam com que a população abrisse mão do modal individual.

Ulisses Maia não está errado. Mas há o hábito que, por muitas vezes, supera a lógica. A cidade construiu ao longo de sua história um ambiente favorável para o automóvel. No passado, não muito distante, 30 a 40 anos, os ônibus e bicicletas eram a opção por falta de condições econômicas. A condição financeira da população em um ambiente onde o trabalho era a principal meta das pessoas e não o consumo, o deslocamento urbano não democratizava a estética do meio de transporte. O carro privado era para poucos.

Na sociedade de consumo, esta que vive sua expansão no Brasil, a acessibilidade ao carro democratizou aparentemente a estética da qualidade de vida. Associou o prestígio e a independência a moto e ao automóvel. Uma ilusão. Se vivíamos apertados nos ônibus, agora estamos espremidos e engarrafados dentro dos veículos.

Fazemos campanhas para demonstrar que a vida saudável está associada a velhos hábitos. Um deles, o deslocamento urbano. O transporte coletivo reduz a poluição, diminui acidentes, deixa o trânsito mais ágil. A bicicleta é saudável e não poluente. Se tivéssemos esta prática, consumiríamos menos, economizaríamos mais.

Mas a população mudou. O acesso às parafernálias que consumimos nos coloca diante da vontade da aquisição de veículos. Uma das industriais mais importantes para a economia do país.  Este hábito do sentimento de sucesso que, no passado, estava associado a um ato heroico e ligado a qualidade pessoal, agora está associado ao consumo. Do automóvel em especial. Este ó o maior obstáculo a ser superado na busca de incentivar o transporte coletivo.

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