Comentário
Gilson Aguiar comenta as vantagens e desvantagens do distritão
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 17/08/2017 - 08:57A reforma política que está sendo discutida no Congresso é um fiasco. Isto não há dúvida. O que se discute agora com o chamado “distritão” é o mais do mesmo. Se a proposta for aprovado na Câmara de Deputados e no Senado, os parlamentares, deputados e vereadores, serão eleitos de forma majoritária.
Acaba assim a força das coligações, da legenda. Enterra-se o parido político como critério de escolha. A mediada põe fim, também, aos puxadores de voto. Cai a ideia de colocar um candidato carismático, artista, jogador de futebol, enfim, um personagem famoso que garante a eleição de desconhecidos.
Quando se olha as mudanças se vê coisas boas e ruins. Sempre se criticou os personagens que se candidatavam e simbolizavam a caricatura eleitoral. O sarro, o voto de protesto, que era despejado em um candidato estapafúrdio é condenável. Por outro lado, se lamenta a valorização do personalismo em detrimento do partido. A ideologia partidária não é mais critério de escolha na proposta do “distritão”.
Mas a morte da ideologia e dos partidos é história de um “velho defunto”. A mudança das regras não tira de cena o mau permanente. O personalismo sempre foi o elemento que define a escolha dos parlamentares. As coligações, a proporcionalidade e o quociente eleitoral valorizavam o partido, mas não a ideologia. A sigla sempre foi trampolim e nunca o um fim. Não se ingressa no partido pelas ideias e sim pela possibilidade de ser eleito. Se assim não fosse, o PMDB não seria o partido que é.
Historicamente os partidos se personalizam ou se prostituem. Ou vivem em torno de um líder que lhe dá sentido o mantém vivo, Vargas e o antigo PTB e Lula e o PT são bons exemplos. O PMDB é o exemplo da prostituição partidária, todos tem espaço em um partido que não tem definição. Há quem chame isso de democracia, eu considero uma pobreza política.
Logo, o distritão valoriza os mais conhecidos e quem tem maior chance de voto, a manutenção dos que já estão em cargos públicos.
O eleitor é o principal problema para uma reforma na política. Sua ignorância ideológica, sua dificuldade de discernimento, seu imediatismo e a pouca relação com o poder representativo, o faz ser o principal problema para se promover uma verdadeira mudança através das eleições. É o cidadão apaixonado por pessoas e não por ideias. Isto mata a consciência.
Logo, criticar o distritão é válido, como as regras atuais também merecem críticas. Porque o principal problema está nos critérios de escolha do eleitor e não nas regras para as escolhas serem feitas.
Notícias da mesma editoria
Opinião
Opinião
Respeitamos sua privacidade
Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Conheça nossa Política de Privacidade