Um projeto de lei que já tramita há cerca de 4 meses na Câmara de Vereadores de Maringá, o qual pretende instalar câmeras de vigilância nas salas de aula da rede municipal de educação teve sua votação adiada para o ano que vem.

O vereador Do Carmo, um dos autores do projeto, considera que ele merece uma discussão mais ampla, inclusive com audiência pública. A defesa do vereador se afina com o pedido do Sismmar, sindicato que representa os servidores públicos municipais que pediu que o projeto não fosse votado este ano.

O projeto ganhou força e notoriedade depois que uma professora da rede pública municipal foi acusada de maus tratos, agressão, contra alunos, em uma Cmei. A professora foi afastada e as acusações contra ela estão sendo investigadas.

A defesa do vereador e o pedido do Sismmar estão corretos. Não se pode votar uma lei como esta, que implica na invasão da sala de aula por vigilância, de afogadilho. Esta medida interfere na relação entre professores e alunos. Também implica na generalização da desconfiança do comportamento dos professores sustentado em um caso isolado, que se quer se comprovou ainda.

Infelizmente, temos o mau hábito de tomarmos medidas mais como espetáculo do que para resolver problemas. Os parlamentares, na busca de demonstrar agilidade diante das necessidades sociais, votam medidas e leis imediatistas. Algumas são inócuas e outras causam efeitos desastrosos.

Neste caso, qualquer interferência no ambiente educacional merece uma discussão ampla. Não só com a população e seus representantes, mas com especialistas em educação para se ter uma visão mais coerente e racional sobre a violência no ambiente escolar e a necessidade de estimular um educação eficiente. 

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