Todos falam em renovação da política. Muitos a desejam. Mas o que realmente sequer mudar?A resposta para esta pergunta está em outra, temos critérios para fazer mudanças?Seriamos engolidos pela prática tradicional de não saber como definir o diferente domesmo? Os hábitos podem nos condenar. Na relação com o poder não é diferente.Porém, quando o país apresenta candidatos que são os mesmos que se quercombater, mesmo diante de tantos escândalos, há algo a ser levar em conta. Amaioria da população não funciona com a lógica óbvia do descontentamento queconsideramos.A satisfação daquele que vota pode ter critérios mais simples, imediatos, sem grandeinteresse ou compromisso com o futuro. O discurso de que o líder político é oresponsável por ter feito a vida melhorar, em forma de migalhas e que ele é quemoferece as benesses públicas, um patrimonialismo e personalismo, é tradição. Asclasses populares incorporaram este discurso. O culto a justiceiro ou injustiçado.No fundo, a personalização da política é sua lógica mais perniciosa. Ela resume naspessoas problemas que são mais complexos, de relação, estrutura, ambienteeconômico, falta de qualificação, etc. Porém, tudo se resume no bom ou no maucaráter de um ser humano. Um raciocínio pobre.Por isso, a mudança não é mesma para todos os brasileiros. Por isso, a democracia éa expressão do que somos enquanto povo, mas não vamos ser acordados pelosmesmos interesses, isto é uma ilusão, uma utopia. O debate de ideias é fundamental.Enxergar diferentes saídas para um mesmo problema é saudável para o ambientepolítico. O nosso problema é a cegueira que nada vê e nada tem a dizer. A ignorânciaque nada pode mudar por não saber onde repousa o problema.Acredito na democracia, mas temo a ignorância.

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