Opinião
Gilson Aguiar comenta o radicalismo no cenário político brasileiro
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 08/08/2017 - 09:17A resposta a esta pergunta me preocupa. Há uma ditadura em formação no país vizinho. Há uma repressão se estabelecendo. Acabando com a democracia, o regime de Nicolás Maduro faz suas vítimas, já tem seus mortos. Mas a morte lamentável de pessoas não é o suficiente quando uma ditadura se instala, morre também a esperança.
Ao assistirmos os atos de repressão a manifestações contra o governo venezuelano, estamos aprendendo a lição? Há alguma possibilidade de que tenhamos um destino parecido aos dos venezuelanos? Os quais, por sinal, se multiplicam a nossa volta fugindo do regime de terror.
O impasse sobre nosso destino está nas manifestações políticas e nas críticas ao atual momento político que o país vive. A corrupção, que envolve o próprio presidente da república, como a crise econômica, a qual traz um ambiente de incerteza, geram um ambiente perigoso.
A lucidez deveria emergir para avaliar o que estamos vivendo. A corrupção é uma prática antiga, que se combate com a punição aos corruptos e a defesa da transparência, coisas que só a democracia pode nos dar. Não se resolve os excessos dos governantes dando poder excessivo a quem governa. Ditaduras são corruptas. A diferença da democracia é que os atos ilícitos de ditadores não podem ser divulgados pelos meios de comunicação.
Porém, os brasileiros são limitados na compreensão do que estão vivendo. Não tem dimensão de sua própria história, tão necessária para saber quem é e para onde se vai. Vivem de interpretações imediatistas sem poder comparar e avaliar se o problema de hoje vem de longa data ou não.
Nesta incerteza e ignorância sempre emergem os “salvadores da pátria”, os protetores do povo, os moralistas de plantão. Estes personagens começam a mostrar sua face no ambiente político como candidatos as próximas eleições. O profeta do futuro, o vitimado perseguido por ser representante do povo são as retóricas dos “oportunistas”.
Não se resolve um problema complexo com um personagem messiânico. Não existe em um único ser humano a resposta para nossos problemas. Esta é a questão, o problema somos nós. A crise passa pela nossa responsabilidade, ou melhor, a falta dela. Nossa ignorância nos condena. Desconhecemos a história deste país, suas relações lógicas de poder.
Precisamos romper com nossa ignorância. Compreender melhor nossa formação e ter uma preocupação em construir uma democracia sólida e uma qualidade de vida permanente e não aparente.
Sei que nem todos se interessam e nem todos vão se interessar. Mas quanto mais temos critérios para avaliar o que vivemos, melhor será nossa capacidade de escolha. Liberdade não é escolher democraticamente alguém que a nos tire. Liberdade é garantir o direito a ser livre e escolher de forma responsável uma solução para nossos problemas. Principalmente, porque o problema é nosso.
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