A regra para reduzir o limite do cartão de crédito mudou. O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu que os bancos poderão diminuir o crédito para pessoas com perfil de risco de forma imediata, tendo que avisar o cliente antes da redução. Antes, tinha que respeitar o prazo de 30 dias entre a decisão e a efetiva limitação do crédito.
Os bancos alegam que o risco de endividamento e de prejuízo para os bancos estava na possibilidade do cliente utilizar a janela entre a comunicação da instituição e a limitação do limite de crédito para fazer mais dívidas e cair na inadimplência. Reduzir os riscos é uma forma de manter os juros mais baixos para o bom pagador, segundo a lógica bancária.
Esta política das instituições financeiras tende a crescer. Hoje, a capacidade de monitoramento do cliente e de seus riscos é mais eficiente com o acompanhamento das operações financeiras pela internet. Mais que isso, as instituições buscam conhecer melhor quem são usuários de seu crédito. A análise de comportamento está associada a levantamentos estatísticos que envolvem idade, renda, estado civil, especialidade e hábitos, até mesmo gostos culturais. Conhecer o cliente é fundamental.
O relacionamento cada vez mais pessoal dos bancos tem sua contrapartida. Têm-se um perfil que nos permite ter serviços e oferta de crédito vinculado aos nossos interesses mais íntimos, estamos também mais sujeitos ao conhecimento que as instituições financeiras têm de nossas vidas. Por isso, hoje, tudo tem seu preço, até mesmo o tratamento íntimo e personalizado que tanto nos atrai.
Por isso, não traia seu crédito. Aprenda a usá-lo de forma responsável. Estamos em uma sociedade em que o conhecimento em relação às pessoas é um capital precioso. Saber com quem está se lidando gera segurança.
A necessidade de compreender este conhecimento e sabermos lidar com ele em nosso favor nos ajuda a ter uma vida financeira mais saudável. A privacidade não está sendo invadida, mas o conhecimento de nossos hábitos monitoram negócios e fazem da nossa vida uma viabilidade ou não, até mesmo para nós.
Por isso, se o conhecimento sobre o nosso comportamento gera para as instituições financeiras segurança, nós deveríamos, também, nos conhecermos melhor para administrarmos nossa vida com eficiência.