Comentário
Gilson Aguiar critica faixa exclusiva para motos e defende a educação no trânsito
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 18/08/2017 - 09:26A Câmara de Vereadores de Maringá aprovou a instalação de corredores exclusivos para motocicletas, além de bolsões nos semáforos para que as motos possam sair antes dos carros. A medida é um erro. Mas não é novidade.
A ideia de gerar segurança separando as faixas de rolamento é prática infantil. O desrespeito impera sobre a regra estabelecida. A motocicleta acabará ocupando uma porção maior das vias, sem ter volume para isso. Os carros mais empilhados e restritos, vão colidir mais, fora que irão avançar sobre o deslocamento dos motociclistas e o engarrafamento vai piorar. Espremer o modal que ocupa o maior volume, o automóvel não é boa saída.
O trânsito é uma convivência entre os diversos modais, não uma segregação. Exclusividade para ser garantida requer controle, fiscalização. Diante da estrutura que se tem, fazer cumprir a medida de faixa exclusiva terá um custo elevado. Melhor é tentar diminuir o transporte individual e incentivar o transporte coletivo.
Quando falamos do uso da bicicleta, o espaço em uma faixa exclusiva se viabilizaria pela porção da via que ocuparia. Assim como a segurança para o pedestre, que também é vital. Motocicletas são veículos motorizados que se deslocam a uma velocidade próxima a dos automóveis. O veículo em si é o que oferece o maior risco, não por acaso tem o maior número de mortos no trânsito.
A medida tomada pela Câmara de Vereadores é populista e paliativa. Também denuncia uma falta de projeto de mobilidade urbana de longo prazo. O transporte coletivo deve ser a prioridade. Ele sim tem direito a uma faixa exclusiva. O coletivo pode dar segurança, deslocamento para todos e reduzir poluentes.
O grande problema em relação às motos é parte dos motociclistas. Eles andam em meio aos carros, costuram no trânsito para ganha tempo. Empresas que contratam motoboys exigem velocidade máxima e habilidade de desrespeitar a norma. Também, muitos motociclistas já fazem isto como prática de seu deslocamento.
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