Ontem as eleições demonstraram um sinal de mudança. Velhos políticos que já tinham cadeira cativa no Congresso Nacional perderam o posto. Senadores, como Roberto Requião, foram vencidos e abriram espaço para um novo nome, como o professor Oriovisto e o retorno de políticos com um novo perfil, Flávio Arns.
Mesmo Eunício Oliveira (MDB), presidente do Senado, não conseguiu se reeleger. Ele é político cearense e tem já uma longa jornada no poder. Suas bases sempre pareceram sólidas, o que não foi o suficiente para mantê-lo. A fila dos que sofrera a ruptura é grande.
Entre os deputados federais do Paraná, metade não se reelegeu. Novos nomes surgiram e com um grande número de votos. Os ligados ao discurso da segurança pública, os que muitos chamam de “deputados da bala”, ganharam força. O sargento Fahur teve 314,9 mil votos.
Para onde vamos? Esta é a questão principal a partir de agora. Qual será o rumo desta nova face do Congresso Nacional? Ainda é cedo para se dizer. Caminhamos para uma nova relação entre o homem público e o eleitor? Seria apenas um momento de manifestação em busca de uma mudança, mas sem sair do lugar?
Os próximos passos serão fundamentais. Mas para que a mudança ocorra, ainda é o cidadão que tem a resposta. Ele é parceiro vital para traçar o caminho que as coisas tendem a ter a partir de agora. Por isso, se queremos mudar, não bastará o voto. A grande mudança ainda é a participação. Por ela, se espera a há muito tempo.