Fazemos nossas escolhas e podemos nos arrepender delas. Isto é humano. Podemos corrigir o percurso de nossos atos e tentar melhorar. Temos que fazer com que a vida, de certa forma, construa em nós a maturidade. A civilização humana ganha com isso, todos ganham. Ainda mais quando está sobre nossa responsabilidade a vida de outra pessoa.
A responsabilidade da maternidade e paternidade é imensa. O nosso compromisso com um ser humano deve ir além de simplesmente velo crescer ao longo do tempo ou fazer-lhe o básico. É construir no outro uma essência. Dar um sentido e valor as coisas com as quais convivemos.
Ontem, duas informações fazem repensar o que é a maternidade. Uma mãe sai por bares na Avenida Morangueira e agride um filho de colo. Já, em outro caso, uma mãe tem um filho no hospital e decide entrega-lo para doação. Qual delas demonstrou maturidade? Onde está a mãe responsável?
Acredito que a primeira mãe, frequentando bares, levando o filho, e maltratando a criança, demonstra a infantilidade de quem não quer abrir mão de seus desejos e considera que o filho é o culpado da ausência de liberdade. Temos que tomar cuidado ao condenar a mãe como uma exceção ou aberração. Não é. Muitos culpam os filhos pelas escolhas que fizeram. E o maltrato se prolonga por anos. Há várias formas de punir quem consideramos culpados ao longo de uma vida inteira.
A segunda mãe, que deseja o título por pouco tempo, passa o filho para a adoção, também não deseja cria-lo. Mas não pretende maltratá-lo. Denuncia que a gestão era indesejada, assume o não desejo de ter o filho, mas pretende prolongar a dor de ninguém. O rompimento é uma escolha, dolorosa, mas adulta. Se erra na concepção, mas não se prolonga o erro na criação.
Diante de duas ações que nos faz refletir sobre nossos filhos, o que se espera de quem deseja a maternidade ou paternidade é a maturidade. Assumir nossas escolhas e se arrepender de forma madura. Não transferir a responsabilidade ou a culpa para quem não tem. Isto nos faz seres humanos melhores, em todos os sentidos.