O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi ao Congresso. Foi a Comissão de Constituição e Justiça defender a reforma da previdência. A exposição do ministro, na busca de esclarecer a necessidade da mudança no regime previdenciário para o crescimento da economia e o seu impacto no orçamento do país.
Guedes considera que o peso da tributação para as empresas acaba por impedir a contratação de trabalhadores, principalmente jovens. Segundo o ministro, é fundamental que uma forma de fundo de previdência individualizado e que possa ser gerida pelo próprio trabalhador seriam uma saída.
A postura de Guedes gerou críticas e a conversa acabou mal. Além de críticas as propostas do governo, o que é normal, o tom se elevou e o clima esquentou. O deputado federal Zeca Dirceu, do PT, do Paraná, foi o principal algoz do ministro da economia. Disse que o representante do governo Bolsonaro age de forma dura com a população pobre e como uma moça com os grandes empresários e membros do poder público de alto escalão. Minha fala não reproduz, nem de perto, os termos usados pelo deputado petista.
É muito difícil discutir uma postura liberal em um estado construído em torno do paternalismo, do intervencionismo, de uma máquina pública gigante e ineficiente. O Estado pesa porque em grande parte é um “peso-morto”. Criamos uma sociedade viciada e dependente dos recursos públicos. Não construímos um ambiente de qualificação, competitividade, fundado na eficiência.
Não podia ser outro interlocutor na defesa do parasitismo público que não a política do assistencialismo na qual o PT durante muito tempo foi um agente importante. Temos uma população de trabalhadores pouco qualificados. Dependente de recursos públicos e incapaz de gerar uma produtividade que atenda suas necessidades e cresça ao longo do tempo, a população acaba necessitando de subsídios ou sustentação pública.
Para que esta máquina funcione precisa ser enxugada. Hoje ela é inchada e um “cabide” de emprego para muitos. Se gerou um corpo de trabalhadores e, principalmente, cargos, que vivem da tributação, dos recursos públicos.
Temos que apostar em uma mudança na relação do Estado com as gerações futuras. Reduzir a interferência na vida social. Precisamos qualificar as pessoas para que tenham competitividade. Serem qualificados. Poder construir por suas próprias mãos um futuro sem dependência do poder público. Esta condição é fundamental para superarmos a crise que estamos vivendo. Um estado que gasta mais do que arrecada e uma população que tem uma renda menor do que devia, não é uma condição justa.