Quem, na infância, que tem mais de 40, não foi a feira e presenciou a língua nipônica praticada de forma corrente entre “nikkeis”. Bom, a palavra significa os imigrantes japoneses e seus descendentes. Mas não só a língua se exercita, ela vem carregada como expressão de uma cultura que se impregnou. Tanto que, no país, hoje, são 1,5 milhão de descendentes nipônicos. Somos o país mais japonês fora do Japão.
Esta história começou em 1908, quando atracou no porto de Santos o navio Kasato Maru, com 781 imigrantes japoneses para o trabalho nas lavouras de café. Vale lembrar que desde o Século XIX o processo migratório se intensificou no Brasil. Um país construído por imigrantes, uma país de muitas raças. Também, bom não esquecer que o Paraná é o Estado brasileiro com o maior encontro migratório do país.
Mas os nossos japoneses são nossos! Muitos dos nikkeis que tentaram fazer o caminho de volta, retornar a “terra mãe”, o lar do “Sol Nascente”, descobriram que eram brasileiros. A língua que aprenderam com seus avós, tradicional, sofreu mudanças e já havia mudado no Japão. Ainda hoje, há uma comunidade brasileira entre os japoneses. Os chamados dekaseguis vivem nas terras nipônicas com um pé no Brasil, é o meio do caminho, a ponta estabelecida sem nunca definir seu ponto de partida ou chegada.
Os primeiros imigrantes japoneses vieram para trabalhar nas lavouras de café do interior paulista. Se misturaram aos imigrantes europeus, italianos, espanhóis, portugueses e, até mesmo, alemães. Todos já tinham iniciado sua imigração antes. Aqui, os nipônicos fundaram uma cultura, geraram quistos, conflitos, e identidade própria.
A convivência com os nipônicos não foi marcada só por cordialidade, tem seu lado vermelho de sangue. Resistência, preconceito, marginalização e xenofobia. Mas, no final, se com feridas e curas a cicatriz ficou. A marca do nosso lado da cultura nipônica esta preservada e será sempre NOSSA!