A violência se alimenta de violência. Não se gera uma convivência eliminando os opositores. Temos a percepção errônea de que a contrariedade, os debates, as diferentes visões sobre a sociedade, o comportamento humano, retratam um ambiente intolerável. Estamos ficando intolerantes.
O que não percebemos é que ao alimentarmos a agressão como resposta, estamos dando ao agredido o direito de responder a altura. O comportamento é exemplo. Colhemos diariamente muito do que ensinamos ao longo do tempo. O que estamos assistindo na atualidade, o radicalismo que nos espanta, é resultado de um aprendizado consolidado na história do país.
Os lados que se opõe acabam por denunciarem algo em comum, a forma como tentam resolver seus dilemas. Na prática, os opostos se assemelham. Não se sabe se as pessoas tem paixão pelas ideias que defendem ou pela violência que elas permitem praticar. A limitação na defesa de determinadas ideias empobrece a causa e se exalta a estética do extremismo.
As lideranças que estão à frente das ações de violência são um bom exemplo das ações que estimulam. Deveria ser o comando uma das expressões mais puras e inteligentes das ideias que defendem. O líder inspira a causa. Ele é o modelo a ser seguido pela articulação em relação às defesas teorias e as ações práticas. Porém, muitos dos líderes do radicalismo são animais raivosos. Apenas combatentes de capacidade mental limitada que assumem a frente dos movimentos pela pobre de valores que unem as pessoas a sua volta.
Os amantes da guerra, que serviram na história apenas para os tempos de extremismo, agora se transformaram em uma resposta em tempos de paz. A solução parece ser destruir e não construir. Conter o inimigo é acabar com tudo, inclusive com o objeto de luta. Logo, não há saída, temos que nos preparar para uma guerra diária.