Dizem que vivemos a era da informação. Conteúdos não faltam, nem todos de qualidade. Mesmo os que são verídicos, qualitativos, fundamentais, são em um volume excessivo. Muito conteúdo. O que isso pode nos ajudar? Pouco, não melhora quem somos.
Os repertórios de informação diários que temos através da internet, dos meios de informação e dos mecanismos de aceso a elas, nos dão um volume de conteúdo significativo. O que recebemos de informação em um único dia é maior do que nossos avós recebiam em três meses. Em um mundo onde tudo se informa em toneladas de conteúdo, pouca coisa se apreende ou aprende. Tudo é rápido, nada profundo. Os olhos e ouvidos devem passar rápido por tudo para dar conta da sequência de informação.
Nesta corrida da informação para se colocar o mundo a par do Mundo, pouca coisa fica. Somos todos produtores de conteúdo, pouco conteúdo permanece em nós. A digestão é lenta e tem que ter tempo para fazer a reflexão. Pensar sobre a lógica que ligam as coisas que acontecem diariamente. Esta carga de informação nos atropela. Deixa a grande maioria das pessoas atordoadas. Às vezes, ficamos lamentando e ou chocados com um acontecimento, mas não entendendo direito os fatores que o fazem acontecer e a relação que se tem com os fatos.
Precisamos aprender a selecionar o que importa. A entender o que realmente merece nossa atenção. Aprender a refletir melhor sobre poucas coisas, mas ter um conhecimento que nos qualifique e dê sentido as nossas vidas. Não somos medidos pela gama de informação que temos acesso, mas ao conteúdo que fica e temos domínio sobre seu significado. A qualidade de um ser está no aprendizado que gera maturidade. Aquele conteúdo que nos ajuda em uma tomada de decisão mais consciente.
Já vivemos problemas em demasiado em meio a uma limitação no olhar sobre temas relevantes. Discutimos mal muita coisa. A qualidade ajuda a melhorar os debates. Não adiante se aprender a lógicas que simplificam nossa sociedade complexa. Quando vivemos tensões de grande proporção, o principal problema está na limitação daqueles que ignoram a verdade. Senso comum nos dá uma proximidade de ações instintivas. Não podemos esquecer, a ignorância mata.