Maringá teve um crescimento de 2,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foi a cidade que mais cresceu no Paraná. Em segundo lugar ficou São José dos Pinhais e em terceiro Curitiba. As cidades do em torno maringaense também tiveram crescimento, mas a maioria dos municípios da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep) ocorreu queda.
O fator de maior estímulo ao crescimento são as migrações. Não ocorreu um aumento vegetativo da população. Não há diferença significativa entre nascimentos e óbitos. A população está envelhecendo, mas se movimentando. A procura de oportunidade de trabalho, em especial em tempos de crise, é maior. Onde há a esperança de renda desperta a marcha. E as notícias boas de Maringá correm o país, também o mundo. Logo, somos um polo de atração.
Se considerarmos que as cidades conurbadas e as mais próximas a Maringá tem tido um crescimento, logo entendemos que o centro de atração gera reflexos na vizinhança. Os que não podem morar no perímetro urbano maringaense acabam por residir nas localidades mais próximas. Em muitas cidades isto gera o efeito “pêndulo”. Os que se deslocam diariamente de sua cidade para Maringá e retornam ao final do dia.
Para o mercado imobiliário há uma vantagem, não só o de Maringá, mas das cidades próximas, a valorização dos imóveis para atender os mais diferentes perfis da população. Um dos elementos a ser considerado, também, é a condição de cidade universitária, dedicada a formação de mão-de-obra. O que leva a uma população em parte transitória, mas de quantidade permanente. Há sempre acadêmicos chegando e outros saindo. Na proporção que formamos nas instituições de ensino superior, também matriculamos.
Devemos considerar os municípios que diminuem na região da Amusep, são 19, a maioria. Mas porque Maringá e as cidades do em torno crescem e outros municípios perdem sua população? Muitas das cidades de pequeno porte acabam por não ter alternativa para os jovens. Quando estes atingem a idade de buscar o mercado de trabalho ou qualificação, se retiram do município de origem e, a grande maioria, não voltam mais.
As cidades menores e mais afastadas dos grandes centros tendem a concentrar uma população de crianças e idosos. Com a redução da natalidade, o número de pessoas na terceira idade tende a aumentar, reduzindo o potencial produtivo da mão-de-obra, diminuindo a renda e afastando investimentos no município. Cai a arrecadação, a dependência destas cidades em reação aos recursos do Governo do Estado ou da União aumentam.
Por isso, estamos assistindo a um novo desenho do espaço urbano no Brasil. Maringá é um exemplo. Uma concentração da população em regiões viáveis e em seus em tornos. Diante destes dados, temos que acordar para um planejamento metropolitano, urgente, se quisermos responder com eficiência a movimentação de pessoas e ao crescimento e redução das populações nas cidades da nossa região. A responsabilidades de Maringá aumenta na proporção que cresce.