Maringá teve neste final de semana a 3ª Conferência Pública para Avaliação do Plano Diretor. O Plano que está sendo discutido foi elaborado em 2006. Esta Conferência já deveria ter ocorrido em 2016. A intenção é avaliar o andamento do que foi definido na elaboração do documento e apontar necessidade de mudanças. Há em andamento o procedimento de elaboração de um novo Plano. As discussões levantadas neste evento vão colaborar para as mudanças.
A participação da sociedade é fundamental para dar legitimidade a um novo plano diretor e inserir os interesses sociais. A representatividade deve ser legítima e não elitizada, o que muitas vezes acontece por falta de conhecimento e desinteresse sobre o evento. Esquecemos que parte considerável dos nossos problemas são resultado, entre outras coisas de nossa ausência nos fóruns que debatem estes temas.
Discutir a cidade é fundamental. É onde vivemos. Nela que sentimos na pele a vida em coletividade. Viver em um país como o Brasil é viver na cidade. Hoje, mais de 80% da população brasileira vive nos espaços urbanos.
Contudo, cidades não são isoladas. Elas fazem parte de uma rede de relações com a região onde estão inseridas. A tal da “região metropolitana”. Ela é um fato. Deveríamos dar mais atenção ao em torno. O chamado “pêndulo” existe. Há um movimento diário da população que frequenta os espaços urbanos, se move, se desloca constantemente. A cidade é uma dinâmica e não a sede encastelada de um feudo, não somos isolados na vida urbana.
Nosso ambiente de progresso, decantado como uma cidade diferenciada, é resultado desta dinâmica regional. Há uma sustentação que envolve a população das cidades vizinhas. Mais, há uma relação de Maringá com regiões mais distantes, com outros estados da federação. Muitas empresas têm sede em Maringá, administram os benefícios de outros lugares. Esta é uma pauta importante, ação visando integração.
Nosso plano diretor deve levar em conta o papel que a cidade exerce na região. Lembrar que, as cidades devem ter mais recursos para administrar a vida de seus cidadãos, transformá-los em citadinos. Dar as pessoas qualidade de vida. Porém, entender a vida das pessoas que vivem nas cidades, conhecer a população urbana. Maringá não é feita só pelos maringaenses. Uma cidade precisa compreender quem faz parte dela, quem a constrói. E neste sentido, não só seus moradores.