O Brasil é o quarto colocado em números absolutos de mortes no trânsito, segundo levantamento da Global Report Safety. O dado compara o número de mortes no trânsito e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Entre os 10 países com o maior número de acidentes, somente os Estados Unidos da América desponta entre os mais violentos, na quinta posição.
Vale lembrar que os norte-americanos tem a maior frota de veículos do mundo e maior malha rodoviária. À frente do Brasil estão China, Índia e Nigéria. A educação da população tem relação com a violência no trânsito, assim como a renda. A saúde pública sofre um impacto com o número de acidentes. Leitos ocupados por acidentados e custos de tratamentos elevados de reabilitação pesam.
Dados da Organização Mundial de Saúde, de 2016, apontam que 1,25 milhão de pessoas morrem por ano por causa de acidentes no trânsito. A embriaguez é o segundo fator de acidentes e o Estado de São Paulo o que tem o maior número de mortes. Segundo levantamento da Universidade de São Paulo (USP), 50% das mortes no trânsito são de motociclista.
O quadro caótico dá o sinal de que as mortes no trânsito são uma epidemia. Um problema de saúde pública, além de outros. Um deles, de gastos públicos e perdas de potencial humano. Lembrando que homens e jovens são o maior número dos que perdem a vida nos acidentes de trânsito.
A mudança na estrutura de transporte, a mudança dos modais urbanos e para o transporte de cargas nas rodovias reduziria a mortalidade, sem dúvida. Esta é uma política de longo prazo, que deve salvar vidas. O transporte coletivo, por exemplo, pode retirar das ruas as motocicletas e reduzir o número de mortes com este meio de transporte.
Leis em relação a quem dirige embriagado devem ser mais dura. Muitos motoristas assumem o risco de matar e provocam acidentes violentos, com resultados desastrosos.
A comodidade de ter um veículo e ter a sensação de liberdade, estimulada constantemente, cria o estímulo para que as pessoas circulem em condição de risco e provoquem acidentes. A iniciativa por um trânsito seguro vem de medidas impopulares, mas necessárias. Gerar mobilidade com segurança, reduzir o número de veículos e motocicletas nas cidades e salvar vidas.