Um levantamento feio sobre o futuro financeiro dos brasileiros, a pesquisa “O Preparo para a Aposentadoria no Brasil”, mostra que 78% da população não se preparam para o futuro. E que 47% alegam que não sobra dinheiro, enquanto 19% afirmam que problemas financeiros acabaram com o objetivo de poupar, o desemprego atinge 22% dos que tinham planos de economia.
A população brasileira está envelhecendo. Em 1960, apenas 3 milhões de brasileiros eram idosos, tinham mais de 65 anos. Em 2010 eles já eram 20 milhões e em 2035 eles devem ultrapassar os 40 milhões. Este é um contexto do qual os brasileiros não estão preparados para isso. Também não cultuamos o futuro para estabelecermos uma relação lógica e racional, ele parece mais ficção. Aqui, talvez, esteja uma contradição. O discurso da juventude eterna para uma população que será, em sua maioria, da terceira idade.
Se algo é real, a maioria de nós, daqui 35 anos, terá mais de 50 anos. Nossos interlocutores cotidianos, visualmente, estarão diante de interesses pessoais que não envolvem herdeiros, gerações futuras, as crianças. Estaremos pensando em uma vida que irá se encerrar no dia em que a morte virá. O futuro, caracterizado pelos jovens, será uma ficção.
Mas como chegar aos sessenta sem depender de alguém ou do Estado. Seria infantil acreditar que ainda seremos mantidos por filhos e netos. A grande maioria dos idosos daqui 25 anos estará só. Cumprindo o destino traçado de uma vida feita para suas necessidades. O mercado estará pleno de produtos e serviços para os sessentões solitários que ainda gostam de sua individualidade inspirada na “eterna juventude”.
Se queremos levar o futuro a sério, temos que entender a maioria rentável e mais velha. Solitária, sem jovens em torno, ou família longitudinal. O futuro não é uma ficção e ele terá uma população mais velha e disposta a consumir. Porém, com uma sensação de juventude mesmo envelhecendo. Quem está preparado para isso?