Sarandi tem a oportunidade histórica de sair de apenas 10% de saneamento básico para sua população e atingir, em dois anos, 70%. Não é ilusão, é repasse de R$ 20 milhões de reais confirmados e sacramentados pelo ministro das Cidades Alexandre Baldy, do Progressistas. Ele veio à cidade para confirmar o repasse. Em seu discurso, falou da importância de atender a cidade com mais de 10 mil ligações de água e esgoto.
O prefeito da cidade, Walter Volpato, do PSDB, elogiou o repasse, agradeceu o ministro e falou da importância de investir em saneamento, obra que muitos prefeitos, segundo ele, não dão atenção por não ter visibilidade. Porém, o chefe do executivo de Sarandi considera a obra de saneamento fundamental. Vez a comparação correta, a cada real investido em saneamento, há uma economia de quatro reais com a saúde remediativa.
Este encontro entre a necessidade e o ato assertivo tem dois anos para realizar a promessa. Inclusive, vale lembrar, o sonho de ultrapassar 70% de saneamento em Sarandi é histórico. A cidade que tem carências crônicas, agora, pelo que tudo indica, tem tudo para superar um dos seus mais graves problemas. O que impediria?
Se para muitos foi a falta de vontade política que sempre impediu a cidade de ter um melhor índice de saneamento ao longo de décadas, a mesma vontade pode enterrar os recursos repassados. Se o saneamento fica embaixo da terra e muitos políticos não gostam de obras que não são vistas, não rendem votos, o dinheiro investido tem que ir para o lugar certo. Pode ir para o ralo. Fiscalizar as obras de execução do saneamento básico e cobrar sua prontidão.
No país faltam projetos para investimento de recursos públicos, mas muitos projetos geram recursos mal gastos.