Sempre temos a corrupção como um mal maior. Objeto de críticas constantes no dia a dia. Nas redes sociais, nos meios de comunicação de forma geral. Também, é o nosso objeto de escárnio das discussões e opiniões pessoais. Nós consideramos que ela definha os recursos públicos, impede o atendimento das necessidades da população. Mas será?
Conversei com a presidente do Observatório Social de Maringá, Giuliana Lenza. E uma afirmação da presidente da ONG que luta pela transparência e fiscalização foi que a má gestão pública é o nosso maior mal. Ela é pior que a corrupção. Recursos deixam de ser aplicados por falta de conhecimento técnico. Projetos que não são elaborados e, se são, mal, fazem perde repasses de recursos.
Porém, há uma escolha. Nas eleições os gestores assumem o poder sobre uma máquina pública. Quais são os critérios? O que o eleitor considera como fundamental para eleger um homem público para assumir uma máquina tão complexa? Acredito que o discurso demagógico é um dos sedutores.
O desconhecimento que a grande maioria da população tem sobre o funcionamento da máquina pública a deixa vulnerável. Acaba não tendo critérios para sua escolha. Age pelo sentimento imediato e tradicional do personalismo. A espera de alguém honesto. Mais uma vez o valor que se dá ao mal que a corrupção faz. Mas e a má gestão?
De novo volta à questão da formação do ser humano. O potencial de conhecimento, de consciência e ação do cidadão. O que se pode fazer quando não se tem a compreensão do que nos cerca? Logo, educar é a saída. Mas, antes disso, demonstrar o quanto é importante conhecer.
Há razão na fala da presidente do Observatório Social, Giuliana Lenza. A corrupção não é o nosso maior mal. Ela é a consequência de uma má gestão e o desconhecimento do cidadão. Da ausência da sociedade civil organizada em defesa de seus direitos e interesses. A ignorância nos condena, mais uma vez, e nos deixa vulneráveis aos erros e roubos do gestor público.