Quanto vale uma vida? Dizem que não tem preço. Nós falamos sempre daqueles que tiram a vida de um ser humano por motivo tolo. Um crime passional, um assalto que mata um pai de família, um acidente que tira a vida de uma família em que o motorista que provocou estava embriagado. Fatos que nos deixam indignados.
Na saúde pública se mata muitas pessoas por falta de atendimento, por descaso, por falta de infraestrutura, enfim, fatos que comprovam o descaso com o ser humano não faltam. Milhões e milhões investidos na saúde pública nunca bastam ou não chegam onde devem. Vale lembrar que também há o cidadão que procura hospitais em vez de unidades básicas de saúde.
Fora isso, nas cidades vizinhas, de menor porte, se compra ambulâncias em vez de construir unidades de atendimento, hospitalares. O turismo da doença gera votos para o deputado que doa ambulâncias.
A saúde é um “mistério”. A prevenção é desprezada. Profissionais que poderiam melhorar a qualidade de vida da população são mal remunerados. Já, os que tratam dos doentes tem um preço melhor no mercado. Não por acaso os cursos de medicina tem um enorme concorrência, ser um professor de educação física é viver de um imenso esforço para sobreviver da profissão.
Enquanto isso, pessoas morrem todos os dias por falta de atendimento, por uma péssima qualidade de vida. Matamos mais por descaso do que por assassinatos e acidentes do dia a dia. Nos irritamos com os bandidos que assaltam, matam, aterrorizam. Mas quando vamos nos irritar na mesma proporção com os homicídios em massa com o descaso com a saúde da população.