Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 2,4% dos jovens com 15 anos querem ser professor. O índice piorou nos últimos dez anos. Em 2008 eram 7,5%. Segundo o levantamento, baixos salários e falta de prestígio da profissão é o principal motivo do desprezo à docência como carreira profissional.
Claro que este não é um bom sinal. A opção pela carreira docente é vista muitas vezes como um fracasso profissional. De forma geral, sem generalizar, a aprovação no vestibular em cursos que tenham o magistério como destino é vista como opção para os que tem menos potencial. Não é difícil encontrar nas redes sociais quem considere que a formação na área de Ciências Humanas é uma fragilidade intelectual ou falta de potencial.
Porém, vale lembrar, que em um país cheio de médicos e advogados nunca se teve saúde e muito menos justiça. Parece que a grande quantidade de prestígio destas duas profissões estão mais na permanência do problema do que na solução. O país de doentes e injustiçados não encontra solução na especialização. Se tivesse mais professores e apostasse na educação como prevenção considero que boa parte dos problemas estariam resolvidos.
Bons professores geram seres humanos com maior cuidado do corpo, a alma e da conduta. Se aprende na sala de aula, ou pelo menos se deveria, a desenvolver seu potencial e atender a uma sociedade cheia de carências. Dar racionalidade ao indivíduo, dar consciência do que a sociedade é e necessita, permitir a escolha lúcida diante de um mundo complexo, gerar um ser humano melhor, isto é educar, ser professor.
Por isso, um bom professor é a construção da liberdade. Um país cheio de doentes e injustiçados expressa a falta de educação.