Retornar o debate sobre a abertura dos supermercados aos domingos. Uma pesquisa feita pela Data Vox, encomendada pelo setor supermercadista, mostra que a maioria dos maringaenses deseja que os grandes mercados funcionem aos domingos e feriados, 59,3%. Pela pesquisa, 42,2% dos entrevistados tem o hábito de fazer compras nestes dias. O dado mais intrigante é que mesmo católicos que se consideram praticantes, 42,7%, são favoráveis a abertura dos supermercados aos domingos e feriados.
Mas a abertura trará problemas e desafios aos microempresários que atuam nos bairros com seu comércio. Segundo levantamento da Consultoria Júnior da UEM, 86% dos comerciantes são Microempreendedores. Destes, 81% abrem todos os dias e 78% atuam em um imóvel alugado. 54% destes comerciantes trabalham entre 11 e 12 horas por dia.
Quem frequenta estes estabelecimentos, 99% fazem poucas compras. Apenas produtos pontuais. Em sua maioria, de mercearia, 32%, ou frutas e verduras, 23%. E os funcionários destas empresas são membros da própria família, 38%.
O prejuízo trazido com a abertura dos supermercados aos pequenos comerciantes é uma realidade. Contudo, irreversível. O consumidor tem a tendência em buscar o que lhe traz mais satisfação. Neste ponto é que se gera a perda, mas também a oportunidade. O que é satisfação do consumidor? Esta é a questão.
Os pequenos comerciantes perdem em não investir na melhora do ambiente onde recebem seus clientes. A maioria não tem climatização, 51%. Os produtos que se busca nos pequenos mercados são os mesmos encontrados na grande rede, em sua maioria. Gerar um diferencial neste sentido pode ser uma oportunidade para o pequeno comerciante. Aprender a fazer diferente para fugir da concorrência impossível de ser vencida.
Para isso, o empresário do pequeno empreendimento tem que mudar. Precisa se profissionalizar e criar. Não pode se acomodar. Tem que fazer diferença e ser notado. Um desafio imenso. Ele pode não estar sozinho, há os demais empresários de seu bairro que atuam em ramos diferentes. Por que não se unir?
Mesmo com tudo isso e com esta realidade, nem todos vão sobreviver. Mas os melhores sim e serão inspiradores para os que vêm depois e enxergaram no comércio dos bairros uma grande oportunidade. Não podemos esquecer que buscamos comodidade. Se ela estiver na porta de nossa casa, para que ir mais longe? Mas ela precisa existir e para isso é preciso agir.