O futuro nos reserva uma população de 228 milhões de brasileiros, em 2060. Contudo, o ambiente será mercado por pessoas com mais de 50 anos, serão mais de 45% dos brasileiros. As escolhas para adultos contaminará o comércio. E papo de “velho” pode ser inspiração para a produção cultural. Possivelmente as festas de Natal e Ano Novo serão nos clubes e menos em família. Por sinal, ambiente familiar será bem diferente do que assistimos na propaganda de margarina.
Um levantamento do IBGE mostra que as mulheres continuaram sendo a maioria em 2060, serão 51,4% da população. Com uma projeção de a qualificação superior ter uma maioria absoluta do sexo feminino, elas estão com mais potencial no mercado de trabalho. Hoje, a maioria dos universitários é do sexo feminino. Elas desistem menos dos estudos e vão viver mais. Para 2060 a perspectiva de vida das mulheres é de 84,2 anos, enquanto os homens tem uma perspectiva de 77,9. Mulheres com mais instrução e melhor renda tem menos filhos. Vale lembrar, que em 40 anos os brasileiros com menos de 14 anos serão 15% da população. Hoje são 21%.
Um terço da sociedade terá mais de 60 anos. Vão predominar na perspectiva do que deve ser prioridade e como se estabelece o padrão de necessidades do país. Hoje, os sessentões são apenas 13%. Estes brasileiros com idade de serem avós não vão experimentar a vida que os nonos e nonas de hoje presenciam. Vão viver cercados de seus iguais, mas também sozinhos.
Se associarmos o envelhecimento com a tendência dos hábitos que estamos adquirindo hoje, a solidão irá se firmar como tendência. Levando em consideração que os jovens entre 15 a 25 anos serão os sessentões que o IBGE projeta em sua pesquisa, os desejos particulares irão imperar sobre a convivência com os outros. Com relações mais curtas e com maior liberdade de desprendimento com os compromissos, as “teclas” de “enter” e “delete” serão intensamente usadas. A busca pela felicidade instantânea impedirá o velho de deixar envelhecer suas relações.
E por fim, a população começará um processo de encolhimento em 2060, segundo os dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Com uma tendência que já começou das mulheres terem cada vez menos filhos, os brasileiros sessentões não deixaram herdeiros. A sucessão será um tema para poucos. As casas e apartamentos serão menores, o desejo do grande espaço particular será uma tendência rara para os excêntricos.
Já participei de tantos debates discutindo as gerações Y e Z. A tendência dos jovens contemporâneos. Como serão os debates sobre a juventude na década de 2060? Possivelmente estaremos olhando para um futuro com saudosismo da perspectiva de rejuvenescimento. Mas, possivelmente, a terceira idade deixará de ser um peso. Talvez nem se chame mais terceira idade e sim a idade de todos nós.