A data oficial de criação é primeiro de dezembro de 2011, mas o trabalho, mesmo, começou a ser feito no início de 2013. Bem, o dia e o horário exatos não importam tanto assim. O que vale a pena saber é: em sete anos, o Instituto Cultural Ingá auxiliou a captação de R$ 8 milhões por meio da Lei de Incentivo à Cultura., movimentando o setor em Maringá. O dinheiro veio do imposto de 40 empresas.
O ICI é uma associação sem fins lucrativos, instalada na sede da Associação Comercial e Empresarial de Maringá. Os funcionários do instituto buscam viabilizar cursos, parcerias e patrocínios entre empresas e produtores culturais da cidade e região.
Há duas formas mais comuns de apoio que são auxiliadas pelo ICI: renúncia fiscal, em que uma empresa se inscreve em leis de incentivo e transfere parte do imposto para as ações culturais. A outra forma é patrocínio direto - que não traz retornos fiscais, mas fomenta a economia criativa na cidade.
Três presidentes já estiveram à frente do ICI. Orlando Chiqueto, de 2011 a 2015. Jair Ferrari em 2016. E Eduardo Peinado, de 2017 a 2019. Atualmente está o quarto, George Coelho, que segue até 2021.
Lá em 2011, a ideia era fomentar a cultura na cidade a partir de projetos como o que existe em Gramado (RS), diz Chiqueto, hoje secretário de Fazenda de Maringá. [ouça no áudio acima]
A principal lei de incentivo à cultura no Brasil durante anos tinha o nome de “Lei Rouanet”. O Governo Jair Bolsonaro mudou o nome da iniciativa - agora, é Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Embora muitas pessoas critiquem o setor, elas não entendem que é uma área que movimenta a economia, representando até 4% do PIB nacional em 2019 - algo em torno de R$ 200 bilhões no Brasil.
Dados locais também chamam a atenção. Segundo o Instituto Cultural Ingá, 80 mil pessoas e 110 empresas foram impactados no setor, direta e indiretamente no ano passado. É que uma ação não é apenas uma única ação. Calma, eu já explico. Um espetáculo teatral, por exemplo, envolve equipe técnica, ator, diretor, restaurante - se a companhia e for de fora de Maringá, hospedagem em hotel. Ou seja, é dinheiro circulando.
No Brasil ainda não é comum o patronato na arte. Então o Governo precisa criar leis de incentivo. Aí cabe ao empresariado estar disposto a participar.
O empresário Jair Ferrari, presidente em 2016, avalia que o fato de o ICI ter ficado sob as asas da ACIM trouxe credibilidade para fomentar ações. [ouça no áudio acima]
Quanto à participação das empresas em leis de incentivo, o professor e publicitário Eduardo Peinado, presidente do instituto entre 2017 e 2019, diz que essa é uma forma de democratizar a cultura e fortalecer a marca. E Maringá tem diversas iniciativas que devem ser conhecidas. [ouça no áudio acima]
Em 2019, 28 produtores buscaram o ICi para tentar viabilizar projetos. 17 conseguiram. O valor captado a partir da lei de incentivo para as ações culturas ficou em R$ 1,4 milhão.
À frente do ICI no momento de coronavírus e de ataques à cultura, o empresário George Coelho afirma que é necessário ter ânimo. Em razão disso, todos os envolvidos devem se capacitar sempre. [ouça no áudio acima]
Entre outras iniciativas já realizadas e que tiveram auxílio do ICI estão o ‘Ecos do Ingá’, que trouxe artistas como Hamilton de Hollanda e Yamandu Costa a Maringá, e a Mostra de Teatro Contemporâneo.
Para quem quiser conhecer mais do Instituto Cultural Ingá, o telefone do local é o 3025-9595.