Após mais um ano de mobilização, finalmente está conhecida a data decisiva para movimento negro em Maringá: 20 de novembro. Além de ser o dia da consciência negra, será o dia em que o Conselho de Ensino e Pesquisa decidirá se aprova ou não a implementação das cotas raciais na UEM.
144 professores, coordenadores de cursos de graduação e pós graduação, votam. Para a proposta ser aprovada é necessário ter maioria simples.
Essa ação afirmativa já foi aprovada numa instância inferior, a Câmara de Graduação, na semana passada. Houve discussões acaloradas e alteração da proposição anterior. Após muito debate, o que ficou decidido foi: 20% das vagas do vestibular para negros - grupo composto por pretos e pardos. Dentro desse recorte, 15% devem, também, se enquadrar em critérios socioeconômicos como ter renda per capita de um salário mínimo e meio.
É essa a proposta que o CEP votará. E o coletivo Yalodê-Badá, composto por pessoas negras, estará presente no dia, em um ato. Foi o Yalodê, junto ao Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-brasileiros, que entregou o pedido de cotas, no ano passado. Neste ano, um grupo de professores se mobilizou para convencer os pares de que vale a aprovação do sistema.
A bióloga Aline de Souza, que participa do coletivo, disse estar ansiosa com a votação. Ainda há um pouco de receio, mas há esperança, falou.
Todos os anos entram três mil novos alunos na Universidade Estadual de Maringá. Desse total, 80% são brancos - o restante é composto por negros e indígenas.
No Paraná, a UEM é a única universidade pública sem nenhum tipo de ação afirmativa para pessoas negras. O que a instituição tem é a cota social - que envolve critérios socioeconômicos.
No dia da votação do CEP, a proposta vinda da Câmara de Graduação será debatida. Segundo assessoria da universidade, pode haver alteração.
Se for aprovado como está, o sistema já passa a valer para o próximo vestibular.