Inteligência artificial é o fim do ser humano?
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Opinião

Inteligência artificial é o fim do ser humano?

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 31/01/2023 - 08:00

A resposta à pergunta que dá título a este texto é NÃO. A criatividade humana não se resume a capacidade de produção de um texto usando através de uma técnica pré-estabelecida e os conteúdos já existentes um texto de conteúdo lógico e com conteúdo relevante.

Relevância é a utilização daquilo que se produz, mas o potencial de criar é humana. A Inteligência Artificial não tem limites, isto é fato, mas para que ela possa existir haverá sempre parâmetros lógicos e previsíveis. O ser humano, para o bem e o mal, é imprevisível. Por isso, ele é criador e, como alguns de nós acreditamos, criatura.

Vamos pensar, e muitos estão com esta excitação diante da criação do Chat GPT, a ferramenta que cria textos de forma inteligente, que somos passiveis de gerar algo a nossa imagem e semelhança. Que somos capazes de gerar algo que seja a nossa reprodução perfeita. Logo, podemos pensar que somos capazes de sermos deuses.

Bom, ao nos considerarmos deuses, damos a todas as coisas que criamos um limite, o nosso próprio. Somos mortais, falíveis, gananciosos, mesquinhos, vingativos e, na mesma proporção, amorosos, sensíveis, solidários e compreensíveis, tudo isso em um único ser. Logo, não haverá nada que substituirá o ser humano. A perfeição que buscamos nas coisas esbarra em nossa imperfeição.

E ao eliminarmos a característica humana da imperfeição das coisas humanas, vamos pagar o preço de perdermos a sensibilidade que nos faz originais. A condição de sermos imperfeitos e, por isso, criativos.

Imagine se “Deus”, caso você acredite e tenha uma religião, independente de qual for, nos fez, nos criou. Qual seria o propósito? Imagine ainda, se há algum propósito, pode não ter. Pense, podemos ser fruto do acaso, do desdobramento natural e casual das coisas. Mas, mesmo neste caso, somos criatura.

Se há um criador, somos o limite de quem nos criou ou de suas intenções. Vamos pensar que o desejo de ser está expresso no que criamos.

A inteligência artificial foi criada com um propósito. E, pelo jeito, vai atender apenas a alguns seres humanos, deve substituir outros e muitos não terão acesso a ela.

Logo, há alguns seres que podem se fazer de “Deus” e outros tantos que sentirão a ira de serem tratados como dejetos ao serem descartados, porém, os descartados terão a imagem e semelhança do criador. E este é o limite de nossa criação. A imperfeita satisfação desigual da inteligência artificial.

 

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