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A questão Russa com a Ucrânia é antiga. Um processo histórico que demarca a formação das duas nações e os conflitos que delimitaram o mapa dos países do leste europeu. Uma região marcada por migrações e estabelecimento de reinos e principados que surgiram e desapareceram no sabor das disputas pela supremacia.
Diferente do que se deu na Europa ocidental, as nações do leste não têm a mesma característica de desenvolvimento e concentração demográfica. A morte sempre esteve presente no Leste, onde a desigualdade econômica se concentra em regiões agrárias de baixa produtividade ou de falta de infraestrutura.
Como já afirmou Hans Magnus Enzensberger, o leste europeu é uma “outra Europa”. Distante de nossos olhos, desconhecida em sua formação e realidade por boa parte do mundo, agora se torna um ponto de interrogação.
O desejo de anexação do território se dá pela desigualdade existente de uma miséria que deseja se atendida. Sempre uma justificativa de salvar os desalentos por interesses de concentração de poder. A miséria do leste da Ucrânia é crônica. O abandono é campo fértil para a revolta. Quem deseja manipular esta realidade não pensa duas vezes em usá-la como justificativa de interesses maiores.
Vladimir Putin, o presidente russo, é fruto de uma outra realidade de expansionismo militar. Ele é herdeiro de uma União Soviética que se foi com o tempo mais deixou o legado do imperialismo que remonta o Czarismo. Os soviéticos formaram um império que se desfez. Contudo, o arsenal de força permaneceu e se manteve eficiente ao longo do tempo. “Quem tem uma arma não precisa ter razão para se impor”, na lógica da ignorância do líder russo.
O mundo vai sentir e ressentir o ato. Consequência mais imediata é a retração de uma economia que teme perdas de investimentos. Inflação e recessão que já se mostravam presentes durante a pandemia, com o conflito no leste Europeu deve se ampliar.
Putin aprendeu a usar a força quando acabam os argumentos. A perda de prestígio da Rússia, o presidente que se mantém pela manipulação das regras eleitorais e demonstra o desrespeito democrático, veja o que ele fez com seu opositor interno, envenenou, tentou eliminá-lo.
O ser sem lógica se faz ouvir pela força. Diante de um poderoso arsenal bélico, a herança de uma Guerra Fria dá sinal de vida. Não é o seu retorno e sim uma permanência de uma lógica que é movida pela ambição. O custo das vidas que se perde com esta ação é para o ditador da carnificina, um mero detalhe.
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